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Ford Focus 1.6TDCi 115cv Titanium First Edition: O mais bem equipado do segmento

Por João Palma

O carro é confortável, fácil de conduzir e vem recheado de equipamento que é mais comum encontrar-se em veículos de segmentos superiores. É um carro médio com ambições...

O novo Ford Focus promete vir a dar muitas dores de cabeça à concorrência, no competitivo segmento C. De acordo com a política seguida ultimamente pela Ford, no lançamento do Focus, as quatro motorizações (duas a gasolina e outra tantas a gasóleo) que deverão ser mais procuradas têm o nível de equipamento First Edition, isto é, o nível superior Titanium mais extras, sem custos adicionais. A Fugas conduziu a versão de 5 portas e 5 lugares do Focus First Edition 1.6 TDC1 com 115cv, a gasóleo, que custa 27.560 euros.

Os únicos extras do carro que nos disponibilizaram eram a pintura metalizada (415 euros) e o rádio Sony (350 euros), com o equipamento de série a pedir meças ao de veículos de segmentos superiores. Entre vários outros itens, a lista inclui bancos em tecido e pele, com os da frente aquecidos e o do condutor com regulação eléctrica, climatizador duplo, retrovisores externos com rebatimento automático, jantes em liga leve de 17 polegadas, vidros escurecidos, chave inteligente e arranque por botão, sistema Start/Stop e grelha dianteira activa (para redução de consumos), cruise control, auxílio ao arranque em declive, sistema automático de estacionamento longitudinal e detector da deflação dos pneus.

Para além disso, estão ainda disponíveis pacotes de equipamento opcional, como, por exemplo, o Pack Driver Plus (1200 euros), que inclui sistemas de aviso de saída involuntária da faixa de rodagem, de accionamento automático dos máximos, de detecção de ângulo morto, de reconhecimento dos sinais de trânsito e de travagem activa em cidade. Em suma, coisas que são mais comuns em carros de segmentos superiores.

O Ford Focus que a Fugas conduziu trazia a versão mais potente do bloco 1.6 TDCi, a gasóleo, com 115cv e, sem termos experimentado a variante de 95cv, ainda assim parece-nos valer a pena despender os mil euros que custam os 20cv adicionais. O propulsor de 115cv, acoplado a uma caixa manual de 6 velocidades, tem um comportamento equilibrado, oferecendo a potência suficiente para, mesmo com o carro carregado, efectuar ultrapassagens, recuperações e atacar subidas mais acentuadas sem grande esforço.

A resposta às manobras do volante é precisa e a condução é confortável, para o que contribui uma suspensão macia q.b., que não compromete o comportamento em curva. O ESP, programa de estabilidade, inclui controlo em curva. De realçar a razoabilidade dos consumos - num percurso misto que incluiu condução em cidade e, por vezes, cinco ocupantes (quatro adultos e uma criança e respectiva cadeirinha), contas feitas, a média de consumos cifrou-se em 5,5 l/100 km.

Num carro bem equipado, como este Ford Focus, nota-se a ausência de travão de estacionamento eléctrico. Isso é parcialmente compensado pelo sistema de auxílio ao arranque em declive. Curiosamente, o travão de mão manual está colocado mais junto do condutor do que a alavanca da caixa de velocidades.

As marcas automóveis, todas elas, parece que se dedicam a um jogo do tipo "Onde está o Wally", com pormenores menos conseguidos que o utilizador tem de tentar descobrir e a Ford não é excepção. Num carro do segmento C, com aspirações a mais em termos de equipamento (inclusive no capítulo da segurança), os travões traseiros são de tambor e não de disco!

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