Onde tanto o Opel Ampera como o Chevrolet Volt ganham é na comparação com outros carros eléctricos - por mais 5000€ no preço, a sua funcionalidade é superior. O único caso especial será o Renault Fluence ZE, que custa 28.000€ no nível Dynamique. Mas em relação ao Fluence ZE há ainda que contar com 82€ mensais de aluguer da bateria e com o facto de, tendo uma autonomia máxima de 185 km e 6 a 8 horas de tempo de carga da bateria, ser sempre um segundo carro, sendo necessário outro veículo para viagens longas.
O Ampera tem desde o arranque todo o binário disponível, porque funciona sempre em modo eléctrico. Ou seja, desenvolve num ápice, mas alguns utilizadores poderão não apreciar o facto de a velocidade máxima estar limitada a 160 km/h. É também um carro que "obriga" a uma condução económica face às múltiplas indicações e sugestões apresentadas no painel de instrumentos (em especial uma bola verde que "flutua" ao sabor do estilo de condução).
A posição L no selector de velocidades, que funciona como um travão do motor, permite uma maior recuperação de energia em descidas prolongadas, antes de curvas ou quando se sabe que se vai parar umas centenas de metros à frente. Para além disso, pode-se escolher entre quatro modos de condução: Normal, Sport, Montanha (para condução prolongada em estradas íngremes) e Retenção de Carga (usando o extensor de autonomia para preservar a energia da bateria antes de entrar em zonas onde ela seja necessária).
BARÓMETRO
+ Custo de utilização, funcionalidade, conforto de condução, segurança, equipamento
- Preço, apenas quatro lugares, bagageira e respectiva cobertura, ruido do motor de combustão interna
Será que falta alguma coisa?
O painel de instrumentos é muito completo e simples de ler e utilizar. Atrás do volante, há um visor digital, designado por Centro de Informação do Condutor, com o indicador de autonomia da bateria e do combustível, bem como o tipo de energia que o carro está a usar; o modo de condução; uma esfera verde que, a partir de uma posição intermédia sobe ou baixa e muda de cor se a condução não for a ideal; o velocímetro; o posicionamento do selector da caixa de velocidades (P, R, N, D, L); o conta-quilómetros, etc. etc. No ecrã central, para além do sistema de navegação (opcional) e do rádio, mostra-se, entre outras coisas, o fluxo e o tipo de energia que o veículo está a usar.
Dá para os gastos
Para um carro das dimensões do Ampera, os 310 litros da mala estão abaixo da média e a respectiva cobertura é indigna deste modelo. Também se pode aceitar que, em vez de pneu sobresselente, o Ampera traga um kit de "reparação": aqui o argumento de poupança de peso para aumentar a autonomia é válido. Aliás, pelo mesmo motivo, a Opel aconselha a nunca andar com mais de meio depósito de gasolina a não ser em caso de viagens mais longas.
Às vezes faz falta o quinto lugar
É uma inevitabilidade da arquitectura do carro: a bateria em forma de T está posicionada sob o largo túnel central do Ampera, uma solução que, se por um lado contribui para o equilíbrio da distribuição de pesos do veículo, por outro inviabiliza a existência de um lugar ao meio atrás. Até há espaço razoável nos dois lugares traseiros, exceptuando passageiros mais altos, que poderão bater com a cabeça no tecto. Mas num caso concreto em que era necessário transportar dois casais e uma criança com a respectiva cadeirinha houve necessidade de usar outro carro.