Assim que se finca o pé no acelerador parece que será o próprio corpo a arrastar as mais de duas toneladas que o carro pesa em vazio. A sensação de peso é, aliás, um dos poucos defeitos que se pode atribuir ao mais potente X5. Isso e o seu preço: 113.679,99€ sem quaisquer opcionais. Já para conseguir um igual ao testado há que desembolsar 28.200€ mais.
Ficam assim arrumados as imperfeições mais óbvias. É que, a partir do momento em que nos fazemos à estrada, seja em linha recta ou mesmo sinuosa, não há falhas suficientemente relevantes para registar — apenas o prazer de ter ao dispor 381cv, potência disponível entre as 4000 e as 4400rpm, e um torque de 740 Nm logo a partir das 2000 rotações. Ou seja, mesmo com as tais mais de duas toneladas, a aceleração é rápida (a marca bávara aponta para os 5,3s para ir dos 0 aos 100 km/h) e progressiva, podendo, caso a lei o permitisse, atingir os 250 km/h.
Por tudo isto, após alguns quilómetros até o peso que deu uma inicial sensação de desconforto parece transformar-se num parâmetro que se tem vontade de pôr na lista dos prós, tal a estabilidade proporcionada. A segurança é, aliás, um dos pontos fortes deste X5 M50d para a qual também contribui a robustez com a qual nos sentimos envolvidos assim que entramos no habitáculo. Entre o equipamento de série, encostos de cabeça dianteiros activos ajustáveis em altura e profundidade, assistência à travagem, airbags para a cabeça tanto nos lugares dianteiros como nos traseiros, além de um sensor de impacto que, entre outras coisas, desactiva o fecho centralizado para facilitar a saída dos ocupantes. Ainda assim, não há conclusão divulgada do Euro NCAP sobre o X5, algo que se espera para breve, estando a marca confiante na obtenção das cinco estrelas.
Não obstante a rigidez revelada, as suspensões adaptativas M, incluem o sistema Dynamic Damper Control e suspensão a ar no eixo traseiro, conseguem garantir o conforto já inerente tanto à posição (de sublinha a excelente visão da estrada que se tem para a frente) como à estrutura dos bancos — e o apoio lombar, por mais 308,94€ dá uma ajudinha.
No entanto, ninguém que pretenda uma condução ligeira irá olhar duas vezes para este carro. O X5 M50d é essencialmente um desportivo como denuncia a classificação M e que o distingue em vários aspectos também estéticos. Como é o caso das jantes em liga leve de raios duplos de 19” ou dos bancos revestidos a pele.
Também não é para poupar combustível que alguém opta por um BMW X5 M50d, mas a bem da verdade nesta reformulação do modelo a marca revelou um esforço no sentido de o tornar mais eficiente e ecológico. No segundo capítulo foi bem conseguida ao ponto de colocar o valor do carro capaz de concorrer com os dos seus rivais mais directos. O X5 M50d emite apenas 177g a cada quilómetro. Já no que diz respeito aos consumos não é fácil colocar a fasquia nos 6,7 litros por cem quilómetros anunciados pelo construtor. Mesmo recorrendo à função ECOPro, bastando para tal accionar o botão indicado. É justo dizer que com o ECOPro accionado, que não prejudica em nada as prestações do veículo se a circulação for urbana, consegue-se somar algumas dezenas de quilómetros à autonomia total. Mas, de certeza que não será para circular pela cidade que alguém se propõe a adquirir um X5 — seja ele servido por que motorização for.
Mas assim que se sai da cidade este motor pede para que seja explorado. Algo que não se coaduna com a função ECOPro. E é então que se mostra capaz de mostrar toda a sua força e empenho. Mas também uma veia de um verdadeiro esfomeado.
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Uma fera pronta para tudo e de gostos requintados
É um portento. São mais de duas toneladas puxadas por 381cv. Mas acima de tudo o X5 M50d é um requintado (e dispendioso) brinquedo. Mesmo estando mais eficiente e ecológico.
