Fugas - vinhos

Quinta do Vesúvio§ propriedade da família Symington

Quinta do Vesúvio§ propriedade da família Symington Paulo Ricca

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As famílias do vinho

Brio partilhado igualmente pelas famílias Antinori, da mesma região italiana, alicerçada em Florença, no ano de 1385, ou pela família francesa de Sarret de Coussergues, da Baronnie de Coussergues, Château de Coussergues, no Languedoc, fundada em 1494, ou da famosa família Codorníu, em Espanha, na Catalunha, erguida em 1551, soberana dos vinhos espumantes que arvoram o mesmo nome. Ou ainda, para que não se pense que a identidade familiar ligada ao vinho é exclusiva dos grandes países produtores, a família suíça Fonjallaz, soberana da empresa familiar mais antiga da Suíça, produtores de vinho em Lavaux há quase quinhentos anos, fundada em 1552.

Uma lista que poderia ainda ser engrandecida com muitas outras referências que atestam a perenidade e intemporalidade do vinho. Valores que se revêem levemente na realidade portuguesa, sobretudo através do universo centenário do Vinho do Porto, na saga das famílias que construíram a narrativa dramática e simultaneamente triunfal do Vinho do Porto. Que melhor exemplo perdura hoje a afi rmar essa tradição passada ao longo de gerações que a família Symington, proprietária de alguns dos rótulos mais emblemáticos do Vinho do Porto, nomes tão afamados como Graham's, Dow's, Warre's ou Quinta do Vesúvio? Com os Symington sentimos e comprovamos uma estranha e cativante congregação entre a racionalidade e o pragmatismo da herança britânica e um entusiasmo lusitano e quase latino que os Symington não conseguem esconder. Com o passar do tempo, entre as muitas venturas e desventuras do Douro, muitos produtores desapareceram, muitas casas fecharam portas, muitos sacrifícios foram consumados.

Ao longo dos quase 130 anos de ventura em Portugal, das seis gerações em que a família sempre pugnou pelo Vinho do Porto, nunca parou de lutar contra difi culdades gigantescas, batalhando pelo crescimento e sobrevivência, num esforço titânico para manter o negócio de pé. Nos tempos mais difíceis muitos fugiram para Inglaterra, mas os Symington nunca abandonaram as vinhas do Douro, investindo todo o seu esforço e património em defesa desta terra que hoje é sua.

É bom ter famílias assim em Portugal, depositárias de valores e tradições, famílias que asseguram a continuidade de um dos vinhos mais extraordinários do mundo, o Vinho do Porto!

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