Fugas - vinhos

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  • Quinta da Leda Tinto 2007
    Quinta da Leda Tinto 2007

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Matança do porco com Quinta da Leda

Outra colheita marcante foi a de 2001. Nesse ano, o Quinta da Leda foi vinificado pela primeira vez na nova adega da propriedade. Antes, os vinhos da Casa Ferreira eram feitos na Quinta do Vale Meão. Bastante harmonioso e fresco, é um vinho cheio de sugestões campestres e especiadas e muito amplo na boca.

Está para durar, tal como o Quinta da Leda de 2004, um dos grandes anos da década passada. Ao contrário do vinho anterior, o que sobressai neste é a robustez e profundidade, o halo caloroso e a sua suculência gustativa. Parecido, só mesmo o Quinta da Leda 2009, que sairá brevemente para o mercado. É um vinho de grande impacto olfactivo, com muita fruta e notas mentoladas, e bastante encorpado e carnudo.

Mostra-se já muito atraente, mas não supera o extraordinário 2007, talvez um dos melhores vinhos Quinta da Leda de sempre. Foi a primeira vindima de Luís Sottomayor como responsável máximos pelos vinhos da Casa Ferreira (depois da saída de Soares Franco), e de António Braga, o segundo enólogo. As condições climáticas foram perfeitas para a geografia árida do Douro Superior, onde chove quase tão pouco como no deserto.

O vinho, feito também já com uvas da vizinha Quinta da Granja, que havia sido comprada à Gran Cruz, faz a síntese de quase todos os outros que se provaram: tem a potência, a robustez e o volume do 2004, a fruta e a expressividade do 2009, a frescura e a vivacidade tânica do 2001. Grandioso, não é tinto para um dia de matança de porco. Merece um momento, digamos, mais "civilizado", sem imagens e sons que nos recordem a condição de carnívoros primários.

 

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