Fugas - vinhos

Comtes de Champagne 2000 da Taittinger

Comtes de Champagne 2000 da Taittinger

Variações de ostras para quatro champanhes Taittinger

Por Pedro Garcias

Ostras ao natural, temperadas só com um golpe de limão, vão muito bem com champanhe. E ostras escalfadas, glaceadas e panadas?

A dúvida foi lançada, em jeito de repto, durante a última Essência do Vinho, no Porto, pela Sogrape, que desafiou o chef Vítor Matos, do restaurante Casa da Calçada, em Amarante (uma estrela Michelin), a elaborar diferentes cambiantes de ostras para quatro champanhes da famosa e exclusiva casa Taittinger. A apresentação dos vinhos ficou a cargo de Vasco Magalhães.

Não há nada que supere a ostra fresca, mas Vítor Matos esteve à altura do desafio, mostrando que é sempre possível criar novas e emocionantes soluções gastronómicas, mesmo com os produtos mais improváveis.

Para acompanhar o Taittinger Brut Réserve, champanhe composto por mais de 35 lotes de Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier, muito aromático e versátil, o chef serviu ostra ao natural e ostra com molho de champanhe Taittinger, alho francês e caviar Rio Frio, conseguindo uma boa harmonização. No andamento seguinte, escalfou uma ostra em champanhe com geleia de Taittinger Prestige Rosé e consomé de ostras, que ligou muito bem com o mesmo champanhe, muito fresco e focado na fruta.

O grande desafio chegou com o fantástico Taittinger Comtes de Champagne Blanc de Blancs 2000.  Feito apenas de Chardonnay, só é produzido em anos excepcionais e em quantidades pequenas, a partir da primeira prensagem. Cinco por cento do vinho passa por barricas novas de carvalho francês e as garrafas só chegam ao mercado depois de estagiarem cerca de 10 anos em cave. Quanto mais longo é o estágio mais fina é a bolha, e a deste Comtes de Champagne está finíssima. Muito delicado e complexo de aroma e sabor, possui uma quase cortante frescura citrina, bem envolvida por discretas notas florais e tostadas e algum fruto seco.

Vítor Matos idealizou para este sofisticado champanhe uma deliciosa ostra glaceada e lima, emulsão de amêndoas torradas e trufa Uncinatum e o resultado foi muito exaltante. Mas se há champanhe que pede uma ostra ao natural é precisamente este Taittinger Comtes de Champagne.

Em contrapartida, a última variação de ostra que criou, em pão panko com salada de maçã e aipo, molho de coco e caril de Madras, mostrou-se perfeita para acompanhar o luxuriante Taittinger Comtes de Champagne Rosé 1996. Este champanhe não é tão fresco como o anterior e algumas das suas notas frutadas são até um pouco excessivas, tal como a "roupagem" da ostra. Não foi o melhor champanhe, nem a melhor ostra, mas, pelo menos para nós, foi claramente a melhor ligação.

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