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Paulo Barata

Os jovens chefs estão de volta e trazem mais sangue na guelra

Por Alexandra Prado Coelho

Dois jantares com chefs vindos de alguns dos melhores restaurantes do mundo e um simpósio que trará a Lisboa os homens que ajudaram a revolucionar a gastronomia nórdica - o Sangue na Guelra está de volta, entre 11 e 13 de Abril, durante o festival Peixe em Lisboa.

Este ano, na sua 3ª edição (de 11 a 13 de Abril), o Sangue na Guelra - Young Chefs with Guts, evento satélite do festival Peixe em Lisboa (de 9 a 19), vai trazer a Portugal dois dos homens que andam a pensar o futuro do que comemos: Roberto Flore e Josh Evans, do Nordic Food Lab, centro de pesquisa e experimentação gastronómica baseado em Copenhaga, cúmplices de René Redzepi, o chef do Noma, primeiro lugar na lista do The World’s 50 Best Restaurants.

Quem estiver interessado em perceber como é que na Dinamarca se procuram novos sabores e o que se anda a fazer por exemplo com insectos ou com algas, pode ir ouvir Flore e Evans no II Simpósio Sangue na Guelra, que acontece no dia 11 entre as 14h30 e as 17h30. Mas nem só de experimentação nórdica se vai falar aqui. Os convidados incluem também o casal Ann Kenny e Jean Paul Brigand do Lugar do Olhar Feliz, o maior pomar de citrinos da Europa, situado no Alentejo; o chef Vincent Farges, que tem trabalhado muito com os citrinos do Olhar Feliz; Graça Saraiva, do projecto Ervas Finas, em Vila Real; e Avelino Ormonde, produtor de vegetais autóctones da Ilha Terceira, nos Açores. O encontro termina com um showcooking (entre as 18h e as 20h) com ostras.

Tanta conversa sobre comida servirá para abrir o apetite para os dois grandes jantares desta edição do Sangue na Guelra – com um custo de 145 euros cada – em que os chefs tratarão o peixe e o marisco portugueses. Ambos acontecem na 1300 Taberna, de Nuno Barros, na LxFactory, em Lisboa. O primeiro, dia 12, junta Oswaldo Oliva, ex-chefe executivo do Mugaritz, o restaurante de San Sebastián que está em 6ª lugar na lista dos melhores do mundo e tem duas estrelas Michelin; Rafa Costa e Silva, do Lasai, no Rio de Janeiro, que acaba de conquistar uma estrela; Ricardo Chaneton, do Mirazur em Menton, França, com duas estrelas e 11º na lista dos melhores; e por fim Márcio Baltasar, pasteleiro do restaurante do Areias do Seixo, em Santa Cruz, Portugal.

No dia seguinte, segunda-feira 13, acontece o segundo jantar, desta vez com William Smith, sous-chef do Geranium, de Copenhaga (duas estrelas); Sebastian Meyers, do Chiltern Firehouse, o restaurante do português Nuno Mendes em Londres; Frederico Ribeiro, sous-chef do Per Se, Nova Iorque (três estrelas); e Américo Santos, pasteleiro do Belcanto (duas estrelas) de José Avillez, em Lisboa.

Como já aconteceu nas duas anteriores edições, o Sangue na Guelra (que no último ano começou e organizar jantares também fora do período do Peixe em Lisboa) volta a ser um espaço de encontro para pessoas ligadas à comida, de diferentes formas, mas todas apaixonadas pelo que fazem – este é desde o início o objectivo de Ana Músico e Paulo Barata (a empresa Amuse Bouche) que, juntamente com Leandro Carreira, lançaram o projecto. Este ano desafiaram oleiros e ceramistas a criar louça para os jantares – as peças de Helena Brízido, Cátia Pessoa, André Rocha, Lima e Xana, Irmãos Lourosa e António Marques estarão também à venda no local.

E porque se pretende que tudo o que está ligado à refeição seja pensado com uma atenção particular, haverá ainda pão especial feito por Mário Rolando, do Pão Bão, e Luís Matos da Escola de Hoteleria e Turismo de Portalegre (que trará um pão de castanha); a participação dos sommeliers Rodolfo Tristão (do novo Alma, de Henrique Sá Pessoa), João Chambel do (Estado d’Alma) e Nuno Oliveira, do Belcanto. E, por fim, a presença de Alex Casey, que foi chefe de sala do Viajante e que, segundo os organizadores, “vai quebrar as regras do servir à mesa a que estamos habituados”. 

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