Fugas - Viagens

  • Thomas Peter/Reuters
  • Kim Hong-Ji/Reuters
  • Luke MacGregor/Reuters
  • Yannis Behrakis/Reuters
  • Thomas Peter/Reuters

Os melhores sítios para ver as cores do Outono

Por Andreia Marques Pereira

Para quem prefere ficar longe das cidades e próximo da Natureza, nada suplanta as cores do Outono em muitos locais do mundo, da Nova Inglaterra, nos EUA, às Terras Altas escocesas.

Dias de luz suave, folhas a desfazerem-se sob os pés com estrépito, cheiro a terra e cores gloriosas a vestirem a natureza. O Outono é uma estação de esplendor natural a technicolor, o último suspiro antes da hibernação invernal, com a sua metamorfose a desenrolar-se perante nós como se de um instalação artística se tratasse. É uma época que chama para o exterior, de forma mais contida do que no Verão ou Primavera, é certo, mas convidando a longos passeios por parques e florestas, e há regiões onde esta transformação anual refulge em mil matizes e lhes empresta um encanto tranquilo inolvidável, tornando-se uma motivação extra para viagens.

A Nova Inglaterra, nos EUA, é uma dessas regiões onde o Outono é imperdível, o que faz desta altura do ano um bom momento para atravessar o Atlântico e descobrir cidades históricas e pitorescas mais acolhedoras pelo cenário outonal – sem desprezar Nova Iorque, que seduz de forma especial nesta altura, com o Central Park a transformar-se num caleidoscópio colorido e num tapete infindável de folhas. E ainda no continente americano, o Quebeque, no vizinho Canadá (que, coberto de florestas, é todo um festival de cores outonais), apresenta-se com o charme do velho mundo combinado com as icónicas florestas de áceres (bordo vermelho), de folhas rigorosamente desenhadas (a mesma da bandeira canadiana) como se de decorações deliberadas se tratassem.

Do outro lado do mundo, o Japão pode ser mais conhecido pela sua inovação tecnológica e preservação de tradições, mas no meio de tudo isto há um Outono de gala, que se desfruta tanto em cidades – os jardins formais são cartão-de-visita – como em parques nacionais cobertos de faias e pinheiros lariços. É fácil conseguir nesta altura o “postal” japonês perfeito – a complementar as cerejeiras em flor primaveris –, assinalando o encontro entre os grandes templos, a folhagem outonal (kouyou) vermelha a fugir para o rosa e os espelhos de água em lagos e riachos.

Mais perto, na Europa, há locais especiais onde até se fazem tributos ao Outono. Falamos da Escócia, por exemplo, onde as florestas de pinheiros não mudam de cor, mas esta é largamente explorada nas árvores de folhas caducas que se intrometem nas paisagens quase intocadas. E é nas Terras Altas escocesas, em Faskally Wood (Pitlochry), que entre Outubro e Novembro se recebe a “Floresta Encantada”, um evento nocturno diário que usa o cenário natural como pano de fundo para um espectáculo de luzes e música.

Sem festas excepto as naturais, a Europa abre-se a explorações – desde as grandes cidades, com os seus parques e jardins, ao campo, tudo ganha renovado encanto. Especialmente quanto mais a Norte nos deslocarmos, atravessando a Europa Central até à Escandinávia, passando regiões míticas como a alemã Floresta Negra ou a romena Transilvânia. E, deixando a terra, podemos pôr os olhos nas aurora boreais nas latitudes mais frias: é no final do Outono que as “luzes do norte” começam a brilhar mais fortes. Mais um espectáculo natural com as cores do Outono.

--%>