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Bernadett Szabo/Reuters

Festivais e exposições para ir neste Outono

Por Andreia Marques Pereira

Agora que as praias se esvaziam é tempo da rentrée cultural. Fazemos aqui várias sugestões para a aproveitar.

Quando as praias esvaziam, a cultura renasce. A rentrée cultural tem época marcada — o Outono, pois claro — e oferta eclética. Desde festivais multidisciplinares aos musicais que deixam os espaços abertos e buscam o conforto interior ao mesmo tempo que mantêm a chama de um certo Verão viva; às grandes exposições , a nova temporada fria anuncia-se com cultura para todos.

Em Amesterdão, como já é tradição, o Outono recebe-se a dançar. O Amesterdam Dance Event (ADE) ao longo das suas 20 edições cresceu para ser um dos maiores festivais de música electrónica do mundo, o maior em clubes. Porque os clubes são os palcos do ADE, neste caso 120 dos melhores da capital holandesa – que, sabemos, é pródiga (também) nestes locais – por onde vão passar 2200 artistas, em 450 eventos.

Serão cinco dias, entre 14 e 18 de Outubro, com DJ de todo o mundo – incluindo os pesos pesados da indústria como Tiesto, Carl Cox, Armin van Buuren, David Guetta, Ricardo Villalobos ou Richard Hawtin. E tudo isto entre os grandes mestres que se alçam nos museus, a nova arquitectura que continua a desafiar a água, e, claro, os canais e as bicicletas que emprestam a Amesterdão a sensação de pequena cidade.

Umas semanas depois, mais a norte, a música também invade Reiquejavique, em versão mais ou menos dançável. Tudo depende dos gostos e a capital do país que deu ao mundo Björk e os Sigur Rós sabe como atender a todos. E o Iceland Airwaves (de 4 a 8 de Novembro) é paradigmático disso, com o seu alinhamento de quase 250 bandas que durante cinco dias vão tocar em vários locais da baixa da cidade, em clubes mas também salas de espectáculo, como a Harpa (uma “casa da música” com linhas futurísticas de aço e vidro), o Teatro Nacional e o Museu de Arte, e sítios menos ortodoxos como a igreja Fríkirkjan (que já tem, porém, currículo musical, tendo por lá passado, por exemplo, Sigur Rós ou Daughter) – se incluirmos os “Off Venue”, concertos mais intimistas, muitas vezes dos cabeças-de-cartaz, cafés, livrarias, restaurantes lojas de discos ou de roupas podem ser os palcos imprová- veis.

“Indie” é santo-e-senha do Iceland Airwaves por onde vão passar, por exemplo, Beach House, Hot Chip ou Father John Misty, entre superestrelas, revelações e esperanças da música islandesa e mundial. A não perder: “The Blue Lagoon Hangover Party” leva o festival a uma das grandes atracções turísticas desta Islândia em estado puro, a lagoa geotermal, aquecida por lençóis de lava, que tem propriedades curativas para a pele e, provavelmente, para a ressaca. E se ainda não for o suficiente para recuperar, todo o cenário islandês, de natureza primordial, é ele próprio um “espanta-males”.

A Hungria anda, por estes dias, nas bocas do mundo – e nem sempre pelos melhores motivos – mas o Café Budapeste Festival de Artes Contemporâneas (de 2 a 18 de Outubro) já há muito que colocou a sua capital na rota cultural europeia. Teatro, literatura, dança contemporânea, música (pop, clássica, jazz e contemporânea), cinema, design e novo circo: todos cabem neste festival que se associa a outros eventos como o Mercado de Arte de Budapeste que é a maior feira de arte contemporânea da Europa central e de leste.

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