Fugas - dicas dos leitores

Telavive: Shabot Shalom, como canta Devendra

Por Joana Campos (texto e foto)

Primeiro dia em Telavive, está calor num céu cinzento, uma linha de hotéis altos define a marginal. Umas horas na praia, ainda a tempo de ver o publicitado pôr do sol, salvam as primeiras impressões de palavras menos entusiastas. Para além da praia iria descobrir muitas mais razões para gostar desta cidade israelita.

Apesar de existirem rotas destinadas à arquitectura Bauhaus, no global não é a estética da construção que deslumbra, até porque muitos edifícios estão em impressionante estado de degradação.

É antes a vida nas varandas que se avista das ruas, ruas cheias de árvores, de esplanadas, de pessoas que circulam em bicicletas nos passeios largos. Há cafés que despertam curiosidade para entrar, quiosques de sumos de frutas e mercados às sextas-feiras. Há tudo isto na rua Dizengoff e arredores e há ainda Jaffa, uma antiga cidade portuária que deu início a Tel Aviv.

Circulam pelas ruas pequenos autocarros, uma espécie de táxis comunitários, que seguem percursos definidos mas param sob pedido dos seus utilizadores. Para pagar, as moedas passam de mão em mão até chegarem ao condutor.

Falam-me em hebraico, confundindo-me com uma local, porque na realidade não há um tipo físico específico, efeito da história do país. Há rapazes e raparigas que circulam pela cidade com farda militar e muitas vezes armados porque o serviço militar é obrigatório mas a realidade está longe do imaginário criado por notícias de tensão.

Talvez por isso, por ser tão fresca, diferente da vizinha Jerusalém, com uma vivência marcada pelo ritmo dos valores fundamentais do judaísmo, Telavive surpreende e apetece!

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