Mas Coimbra sem estudantes neste final de Junho de 2012 ainda mantém as suas especificidades, as suas belezas e merece, sempre, ser visitada, vivida, sentida.
Toda a cidade universitária tem o seu encanto e beleza. Dá para pensar se a estátua que lá vemos a D. João III não será mais a de um dos "gastadores" típicos do nosso país. Quando nos entra dinheiro porta adentro. No caso foi o ouro do Brasil, que foi gasto a fazer o Convento de Mafra, o Aqueduto das Águas Livres e mais uma série de obras de fachada, para além de festas e festarolas à grande e francesa! E depois tudo faliu!
Bem, continuando em Coimbra: o Jardim Botânico, que nos parece fazer estar em contacto com a vegetação desprovida de automóveis e outras máquinas. Só vegetação, plantas, árvores e algumas pessoas, fora da civilização que, sendo excelente, nos desumanizou.
As ruas típicas estreitam. Gente nova e velha, tudo junto sem preconceitos.
Não se pode visitar o Museu de Machado de Castro, ao que nos disseram por as peças, talvez já restauradas, ainda lá não estarem. Depreendemos, ninguém nos disse, que, face a estes tempos, nunca mais haverá museu a visitar! Esperemos estar enganados.
Gente simpática nas ruas, bastantes estrangeiros, dois grupos de israelitas no hotel. Cansados, dormimos bem.
Pela manhã, rumo ao Convento de Santa-Clara-a-Nova.
Naquele, aproveitando um grupo de turistas espanhóis, relembrámos a História de Portugal que há décadas nos foi contada sempre do modo como nesse tempo queriam, hoje querem como também lhes dá jeito, faz-se a bissectriz e fica meio por meio.
Bem, aproveitámos uma guia portuguesa, que evidentemente, e bem, defendeu a portugalidade. Mais abaixo o Portugal dos Pequenitos: minha mulher a chegar aos 60 anos, eu já passei, mas ainda não nos 65, pagámos as entradas mais caras. Um pouco exagerado, mesmo que possa ser para ajudar a Fundação Bissaya Barreto, dado que tudo está um pouco menos bem conservado e parou no tempo, apesar de ter espaço para crescer, ao tempo. Minha mulher recordou a visita na infância; eu, julgo que foi a primeira vez que visitei este espaço.
A Quinta das Lágrimas um pouco adiante, com a fonte e um verso d' Os Lusíadas de Camões, um espaço agradável, com vegetação e água! E História, Pedro e Inês!
Mais adiante atravessa-se a ponte pedonal. Uma boa forma de, sem poluição e fazendo exercício físico, se atravessar o Mondego. Ponte bonita, que talvez devesse ter sido feita de forma mais económica, não numa faixa tão alargada do rio: fomos ricos, uma vez mais, quando o fizemos, hoje, estamos a caminho de voltar a falir! Nunca poupamos quando devemos.
Bonito estar em Coimbra! Vale nunca perder estes locais, "cá dentro", nossos. E abri-los ao mundo, não como relíquias, mas como um caminho entre o passado e o presente, a caminho do futuro. Com História!