Fugas - dicas dos leitores

Luís Silva

Ko Chang e Banguecoque, acordar num sonho

Por Susana Farinha

Quando cheguei à Tailândia, a primeira sensação que tive foi pensar que estava a acordar num sonho — apesar de não ter dormido durante a longa viagem. Tudo me parecia bastante diferente do que estava habituada. Outro continente, na verdadeira acepção da palavra.

Como nunca fui de seguir os sítios de que já ouvi os outros falarem, prefiro antes procurar o desconhecido, decidi descer, de van, a costa este da Tailândia. Uma estrada sempre acompanhada de muito verde, não fosse reserva natural. Chegada ao sudeste da Tailândia, apanhei o ferry para Ko Chang - a "ilha do elefante", devido à sua forma, que lembra a cabeça do animal.

As cores: o azul do mar, o verde das montanhas, pareciam saídos de um filme. Não há luz nas ruas, a não ser a dos hotéis ou das casas junto à estrada que circunda a ilha. Limitei-me a explorar uma parte de Ko Chang. Havia passeios pela selva de elefante. Mas eu gosto mais de caminhar e de observar o que existe à minha volta e a forma como as pessoas vivem - e estas pessoas são muito simpáticas.

A ilha vive exclusivamente do turismo, pareceu-me. O mar, que quase chegava à piscina do hotel quando a maré estava cheia, é extremamente perigoso, pelo menos nas praias a que tinha acesso através do hotel. Mas quando a maré descia um amplo areal estendia-se à minha frente.

A comida é, como em toda a Tailândia, boa. Eu sou fã de arroz, por isso estava no paraíso: qualquer prato de arroz ou legumes, mesmo fritos ou cozidos em vapor, saciavam-me por completo.

A língua é sempre um entrave, pois mesmo aprendendo algumas poucas palavras era sempre corrigida - não fazia a acentuação correcta. Mas nada que não se resolvesse recorrendo ao inglês, francês ou até espanhol. Quando não funcionava, um desenho valia mais que mil palavras - ando sempre munida de um bloco e lápis.

Para Banguecoque fui de expresso - com o tempo, uma pessoa aprende que viajar nos transportes usados por todos sai bem mais barato e leva o mesmo

tempo. Quando voltei à capital tailandesa para usufruir de mais uns dias antes de regressar também optei por usar os transportes públicos - o autocarro, sobretudo, muito mais barato e que me levou a todo o lado. Sendo a cidade habitada por mais de dez milhões, mesmo que no mapa pareça tudo perto, torna-se demasiado cansativo fazer tudo a pé, mesmo para quem gosta de caminhar. 

Existem dois tipos de autocarro, com ar condicionado e sem ar condicionado. Nesta última hipótese, o preço é metade da primeira. Mas os percursos fizeram-se bem. Para saber o número do autocarro, lá recorria eu ao bloco de notas: depois de mostrar o sítio para onde queria ir no mapa ou no meu guia de mão, desenhava um autocarro e deixava um espaço em branco para o respectivo número.

Foi uma experiência única. Fiquei com vontade de repetir, pois o tempo nunca chega para se ver tudo o que há para descobrir.

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