Como nunca fui de seguir os sítios de que já ouvi os outros falarem, prefiro antes procurar o desconhecido, decidi descer, de van, a costa este da Tailândia. Uma estrada sempre acompanhada de muito verde, não fosse reserva natural. Chegada ao sudeste da Tailândia, apanhei o ferry para Ko Chang - a "ilha do elefante", devido à sua forma, que lembra a cabeça do animal.
As cores: o azul do mar, o verde das montanhas, pareciam saídos de um filme. Não há luz nas ruas, a não ser a dos hotéis ou das casas junto à estrada que circunda a ilha. Limitei-me a explorar uma parte de Ko Chang. Havia passeios pela selva de elefante. Mas eu gosto mais de caminhar e de observar o que existe à minha volta e a forma como as pessoas vivem - e estas pessoas são muito simpáticas.
A ilha vive exclusivamente do turismo, pareceu-me. O mar, que quase chegava à piscina do hotel quando a maré estava cheia, é extremamente perigoso, pelo menos nas praias a que tinha acesso através do hotel. Mas quando a maré descia um amplo areal estendia-se à minha frente.
A comida é, como em toda a Tailândia, boa. Eu sou fã de arroz, por isso estava no paraíso: qualquer prato de arroz ou legumes, mesmo fritos ou cozidos em vapor, saciavam-me por completo.
A língua é sempre um entrave, pois mesmo aprendendo algumas poucas palavras era sempre corrigida - não fazia a acentuação correcta. Mas nada que não se resolvesse recorrendo ao inglês, francês ou até espanhol. Quando não funcionava, um desenho valia mais que mil palavras - ando sempre munida de um bloco e lápis.
Para Banguecoque fui de expresso - com o tempo, uma pessoa aprende que viajar nos transportes usados por todos sai bem mais barato e leva o mesmo
tempo. Quando voltei à capital tailandesa para usufruir de mais uns dias antes de regressar também optei por usar os transportes públicos - o autocarro, sobretudo, muito mais barato e que me levou a todo o lado. Sendo a cidade habitada por mais de dez milhões, mesmo que no mapa pareça tudo perto, torna-se demasiado cansativo fazer tudo a pé, mesmo para quem gosta de caminhar.
Existem dois tipos de autocarro, com ar condicionado e sem ar condicionado. Nesta última hipótese, o preço é metade da primeira. Mas os percursos fizeram-se bem. Para saber o número do autocarro, lá recorria eu ao bloco de notas: depois de mostrar o sítio para onde queria ir no mapa ou no meu guia de mão, desenhava um autocarro e deixava um espaço em branco para o respectivo número.
Foi uma experiência única. Fiquei com vontade de repetir, pois o tempo nunca chega para se ver tudo o que há para descobrir.
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