Fugas - dicas dos leitores

De Mafra à Mata Pequena

Por Maria Helena Calapez

Um memorial de Mafra, à descoberta de um pequeno povoado rural da zona, a Aldeia da Mata Pequena, recuperado para o turismo.

Mafra, quem a não conhece? Com o seu grandioso convento que se ergue altaneiro, dominando a paisagem e impondo-se naquela região, ofuscando tudo o que a rodeia, tem, no entanto, bem perto a Ericeira, com o seu mar límpido e selvagem, a Malveira saloia, com a feira rica de cores e sabores regionais e Sintra que a namora e se orgulha da vizinha Mafra com o seu Convento, uma das sete maravilhas de Portugal, inspiração de uma das mais célebres obras literárias do nosso Prémio Nobel – O Memorial do Convento, de José Saramago.

O som dos carrilhões ecoando no espaço desperta os mais indiferentes e envolve toda a maravilhosa paisagem circundante. Um colosso monumental com as suas 4500 portas e janelas e com o coração da realeza.

Uma visita quase obrigatória, mas o verde dos montes e o cheiro da natureza convidam-nos a ir mais além, talvez pernoitar por perto para um belo fim-de-semana. Uma seta intriga-nos – Penedo do Lexim. Uma maravilha natural onde se ergue um vulcão já extinto, que acolhe uma importante estação arqueológica, a conhecer. Curiosos, continuamos o nosso caminho embrenhados na paisagem com o desejo de um fim-de-semana sereno e em paz.

Ei-lo! Inesperadamente, encontramos o sítio ideal: a Aldeia da Mata Pequena, pequeno povoado rural, extremamente preservado, cuja origem remonta ao período da ocupação romana. Aí, reconhecemos o rigoroso trabalho de recuperação, permitindo devolver à aldeia a sua identidade original, afirmando-se como um dos raros exemplos da arquitectura tradicional da região saloia, hoje turismo rural de excepção: o rústico exterior, contrastando com o conforto interior, confere-lhe um bem-estar sem precedentes.

Os “mimos” de decoração, o “talego colorido”, logo pela manhã em cada porta, com o pão quente de Cheleiros, os chás, as bolachinhas de maçã e canela, as saborosas compotas caseiras a proporcionarem um pequeno-almoço com o cantar dos pássaros e a quietude do lugar. Tudo isto nos fascina!

Obra de um casal que trocou o conforto da cidade pela calma deste lugar que vão embelezando e acrescentando, com muito amor e dedicação. Assim, a Mata Pequena vai crescendo, tornando-se cada vez maior no conforto e simpatia.

À noite o céu é mais estrelado, tecto abençoado deste cantinho de eleição – e não esquecer,  Mafra, Sintra, Ericeira e Malveira ali “à mão”!

Faça uma visita e deslumbre-se!

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