A primeira vez que pisei na Chapada Diamantina, na época com 17 anos (lá se vão uns tantos), pensei com meus botões: O Jardim do Éden é aqui! Incrustada no coração da Bahia, seu nome advém da exploração dos minérios da região (principalmente diamante e ouro), que moldaram a zona central do Estado.
Anteriormente ao ciclo do diamante, o povoamento da região deu-se principalmente através das grandes fazendas dos ditos “Coronéis”, latifundiários que ditavam as regras dos povoados e vilas mais próximas. Além disso, as comunidades quilombolas – agrupamentos de escravos fugidos -, tiveram um papel fulcral na configuração e vida da Chapada.
A partir da década de 70, começaram a chegar as primeiras comunas esotéricas e alternativas, a escapar do regime militar que assolava o país. O retorno à vida simples e o contacto com a natureza eram os principais objectivos desses grupos, marcas que podem ser sentidas até hoje.
As gemas deram lugar ao ecoturismo e aos desportos radicais. As caminhadas, as escaladas e o rapel são a cereja do bolo actualmente. O que não falta são guias-intérpretes disponíveis para mostrar os belos refúgios e sítios mais recônditos, dignos das histórias de J. R. R. Tolkien.
E como saco vazio não pára em pé, a gastronomia tempera a viagem com os sabores e aromas da terra – sempre com apelo ao biológico e local. Palmito de jaca, couscous de milho, caldo de cana, godó de banana, e uma infinidade de iguarias atraem inúmeros turistas todo ano.
A Europa é um mercado a conquistar, ainda se pode sentir uma pequena deficiência a nível de estrutura e serviços, principalmente para o público estrangeiro, todavia as belezas naturais, em conjunto com todo património cultural, faz deste um destino a descobrir no Brasil interior.
E Há muito mais a descobrir na Bahia de Caetano Veloso, de Gilberto Gil, de Jorge Amado, Gabriela Cravo e Canela e suas luxuriantes praias. Há todo um mundo imerso na ruralidade nordestina – ao natural.