Fiz parte de um grupo de 25 professores que aterrou em Telavive, com o intuito de aprender mais sobre a Shoá (Holocausto), na Escola Internacional do Yad Vashem, em Jerusalém.
Sobrou algum tempo para conhecer a cidade e um pouco do país. Ainda no dia da chegada, visitámos a cidade antiga, onde confluem as três grandes religiões.
Calcorreámos os diversos bairros (judeu, cristão, muçulmano e arménio), percorrendo séculos de história, de templos, destruições e sucessivas reconstruções. Visitámos o túmulo do rei David, imaginámos a Última Ceia passando no local onde terá decorrido, avistámos o Muro das Lamentações quase desnudado de multidões, atravessámos o Cardo romano, outrora grande artéria comercial, percorremos as ruas estreitas dos souks sem a azáfama das compras, entrámos na Igreja do Santo Sepulcro sem as filas características.
A grande maioria dos dias decorreu no Yad Vashem, que também pode ser visitado por turistas.
Para quem quer fugir dos percursos religiosos que atraem milhares de pessoas a Jerusalém, o campus oferece, além da escola propriamente dita, o melhor e mais completo museu sobre o Holocausto, galerias de arte, livrarias, bibliotecas, escultura ao ar livre, espaços de memória como o Vale das Comunidades, espécie de labirinto em pedra em que se recorda o nome de todas as comunidades afectadas pela acção nazi.
Destaco, particularmente, o Museu Histórico do Yad Vashem, que leva o visitante num constante ziguezague histórico, abrangendo o antes, o durante e o depois do Holocausto.
A saída do museu leva-nos a uma varanda que enquadra uma magnífica vista das montanhas de Jerusalém.
Para um português é igualmente interessante localizar a árvore dedicada a Aristides de Sousa Mendes. Quem ajudou a salvar um judeu ou mil judeus é considerado um Justo das Nações e ganhou o direito a uma árvore e a um nome no Yad Vashem. Marcante é também a presença de um vagão original, oferecido pelo governo polaco, daqueles que transportavam pessoas para os campos de concentração e de extermínio.
Percorremos uma parte da Cisjordânia com destino à Fortaleza de Massada, espaço mítico onde o Rei Herodes se refugiou com algumas centenas de pessoas, resistindo a um apertado cerco romano, que culminou num suicídio em massa para evitar a derrota em mãos inimigas.
Esta Fortaleza é Património Mundial da UNESCO e merece uma visita às esplendorosas ruínas onde ainda se vislumbram os restos do palácio real, os banhos públicos, a cisterna e todos os outros espaços do complexo. A vista sobre o Mar Morto é de cortar a respiração.
Ir a Israel é ter também a oportunidade de tomar um banho terapêutico no Mar Morto, com as montanhas da Jordânia no horizonte. A água é tão quente que convida a entrar e a permanecer a flutuar.
Quem quer pode espalhar no corpo a lama escura que está no fundo deste grande lago e sentir os seus efeitos calmantes na pele. Trata-se do ponto mais baixo da Terra, cerca de 400 metros abaixo do nível do mar. A sua concentração de sais é tão intensa que não há peixes por ali.