Fugas - dicas dos leitores

Carta da Toscana

Por João V. Faria

Se há zona do mundo em que a natureza e o património se conjugam em quase perfeita harmonia, a Toscana é, certamente, uma delas.

Os prados verdejantes, as sinuosas estradas que cruzam os pequenos vales, a natureza campestre que, na Primavera, nos cativa e, no Verão, nos invade… Depois, chegamos às cidades. E, aqui, somos rodeados pela História que calcorreou toda esta zona da actual Itália. Das intrigas internas e a rebeldia dos Medici contra o poder de Roma, aos grandes pensadores e escritores e, claro, à arte.

Devemos percorrer a Toscana, preferencialmente, de carro. Pequenas incursões por aldeias, vilas e cidades. Parar e observar. Parar e degustar… Sim, porque na Toscana a gastronomia é também uma arte. O vinho um delicioso néctar. Tudo se complementa, numa simples mas cativante refeição.

Voltemos às vilas e cidades, algumas delas locais de episódios históricos, de filmes e cenários para postais ou imagens guardadas na nossa memória. As torres orgulhosas de San Gimignano, as ruas de Siena que desaguam na Piazza del Campo, o Campo dos Milagres em Pisa, com a sua famosa torre… e a coroa desta rainha: Florença.

Corolário de todo este ambiente, ponto de partida ou de chegada das incursões, mas, claramente, um local para ficar, Florença abraça milhares de turistas. Por vezes, é difícil fugir às multidões, mas há sempre um recanto, um troço, uma rua mais escondida para absorver esta cidade.

É difícil enumerar tudo aquilo que nos cativa em Florença. Contudo, qualquer passeio a partir das margens do Arno é um excelente percurso de arte, história, arquitectura. A Ponte Vecchio, das poucas sobreviventes ao tempo e à fúria dos elementos e do próprio homem, é uma passagem para um (re)conhecimento daquilo que de melhor a tradição ocidental nos doou. Com calma e fruindo da dolce vita

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