Fugas - dicas dos leitores

À descoberta da região do Médio Tejo

Por Miguel Caetano

Tenho para mim que a ingratidão é um mal que tem remédio. Desde logo não devemos fazer como alguns: detestando as abelhas, contudo deliciam-se a saborear o mel. Este artigo pretende narrar de uma forma singela uma viagem que um grupo de amigos, partindo do Porto, realizou ao Centro do país, mais concretamente à região do Médio Tejo, porque todos gostam de saborear o mel que estas viagens proporcionam.

Viajar é fuga à rotina, então nós temos por hábito fugir dela para manter a mente activa.

Porque a comida, mais do que um simples e reconfortante acto biológico, deve existir para criar relação com os outros, almoçámos em Penela depois de uma visita ao Castelo e instalámo-nos num dos hotéis de referência junto ao grande lago criado pela barragem de Castelo de Bode no leito do rio Zêzere.

Quem visita o Médio Tejo não fica indiferente ao seu clima ameno, às paisagens, à atmosfera hospitaleira, à cultura (património histórico, cultural e natural), sempre aliados a um ambiente empreendedor e dinâmico.

Dessa oferta turística tivemos então a oportunidade e o privilégio de visitar locais de encantar. Iniciámos a visita ao Castelo de Penela, monumento classificado, tendo a sua construção data do século XI. No seu interior tem a Igreja de São Miguel, cujas primeiras origens se prendem ao século XII. Além da Porta da Vila, tem uma outra porta, a que chamam a da Traição ou dos Campos, que apresenta uma abertura dupla em cotovelo, integrada numa torre, o que denota a influência da tradição muçulmana na fortificação portuguesa dos fins da Idade Média.

Rumámos depois à cidade do Nabão, Tomar, onde, no Convento de Cristo sobressai  em local de destaque a famosa Janela Manuelina. Recomenda-se a visita dos seguintes locais: sacristia nova e seu magnífico tecto; charolas (porção norte, porção sul e entrada) ; claustro principal; dormitório grande; fachada sul da igreja e janela manuelina; janela manuelina (detalhe) e refeitório. Foi depois dado lugar ao descanso dos “guerreiros”, refrescando-se todos eles numa das muitas cervejarias da cidade.

Depois de uma noite reconfortante seguimos para Torres Novas. Tomámos um café matinal numa das esplanadas da cidade, visitámos o castelo, fortaleza árabe do século XII, então tomada aos mouros.

Sempre a correr, seguimos viagem ao encontro do centro histórico da vila de Constância, conjunto urbano em forma de teia de aranha, mas, antes do almoço, ainda tivemos tempo para um pequeno passeio na margem direita do rio Tejo — o guia turístico local aconselha a visita à Capela de Santana e à Casa do Tejo.

Nas proximidades — Vila Nova da Barquinha —, só pela vista imponente que proporciona, o Castelo de Almourol é um chamamento à sua “reconquista”. Iniciámos a visita de acesso à ilha (o castelo foi construído no leito do rio) e ao castelo numa embarcação com capacidade para 20 pessoas. Erguido num afloramento de granito a 18m acima do nível das águas do rio, para além da sua beleza arquitectónica, permite vistas deslumbrantes para aqueles que têm a capacidade de subir os 84 degraus das várias escadas em bom estado de conservação.

Seguimos para  Abrantes, onde fomos simpaticamente recebidos por um casal, familiar de uma das integrantes deste grupo. Chegámos depois ao local do “refrescamento”, no complexo Aquapolis, todo ele virado para o leito do rio Tejo, que observámos com satisfação. Estava uma verdadeira tarde de Verão, pese embora o facto de estarmos já no período outonal, e então avançámos para uma pequena visita a locais de referência da cidade. Confrontados com alguma indecisão, quando questionados com o regresso ao hotel, o simpático casal aconselhou-nos a seguir para Vila de Rei. Foi uma ideia fantástica!

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