Fugas - dicas dos leitores

Udaipur, para iniciantes na Índia

Por Sara Virtuoso

Udaipur foi a primeira cidade que visitei no Rajastão. Por entre ruas estreitas e empoeiradas, riquexós tentam conquistar estrada aos pequenos asnos, que, no cimo das suas curtíssimas patas, transportam mercadoria, às sagradas vacas, que se pastam pacificamente, alheias a tudo, e aos turistas, que lutam pela sobrevivência.

A cidade acorda e deixa-se levar, por entre o som das frenéticas buzinadelas e os repetidos punjab. Aqui tudo pode acontecer, só temos que estar no lugar certo à hora certa. Nos templos, os cânticos masculinos são acompanhados pelo rodopio das coloridas saias e saris, numa celebração vibrante. O trânsito pára para um elefante decorado com flores pintadas no rosto passar. A cidade acolhe-nos entre namastes e good morning madam, come to visit my shop and buy something.   

Conhecida como a Veneza do Oriente, diria até que é em torno do lago Pichola que o encanto se concentra. Por isso, nada melhor que um hotel com vista priviligiada para o local onde se passa toda a acção: os banhos públicos, a lavagem da roupa, a meditação.

Contudo, nem tudo é pacífico: afinal, estamos na Índia. Sempre munida de papel higiénico, que a maior parte das vezes não nos é fornecido nos hotéis, tento a todo o tempo mantê-lo em lugar seco — é que um banho num quarto de hotel implica molhar o chão de quase todo o compartimento. Atenção às quedas, acontece aos melhores! E isto quando não nos cortam a água em jeito de cumprimento e forma de dizer it’s time to say goodbye!

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