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As 5 coisas de que eu mais gosto na Sardenha

Por Isadora Freitas

Isadora Freitas presta Serviço Voluntário Europeu, na Sardenha, Itália, há cinco meses.

1.
As pessoas

Os sardos. Nos primeiros tempos, não compreendia porque é que toda a gente aqui insiste em dizer-se “sardo” e não italiano mas agora não faria sentido de outra forma. Os sardos são pessoas distintas de todos os povos com quem já me cruzei. São homens e mulheres de ilha, ligados à terra e ao mar, apaixonados pelo lado bom da vida. São os primeiros a acrescentar um lugar à mesa e os primeiros a encher-te o copo. Pessoas de coração grande e espírito acolhedor.

2.
O mar e a montanha

Aqui, na pequena Terra di Mezzo, os olhos tendem, muitas vezes, a perder-se na imensidão das montanhas. Paredes que parecem tocar a mais alta nuvem e que, no sopé, na verdade, estão apenas a uns passos do mar. Ah, o mar! Como explicar as cores que tem? São águas como nunca antes vi, de uma paleta dos mais brilhantes azuis. Quem diz que o azul é uma cor fria, desengane-se. Aqui, é a mais convidativa.

3.
A gastronomia

Não, não me refiro às pastas e às pizzas. Refiro-me a tudo em que revejo um pouco a típica tasca portuguesa: os queijos, os vinhos, os enchidos, as entradas com sabor a mar... Talvez não por mim e pela minha ligeira queda para saladas universalmente aborrecidas mas pela convivialità que geram. Na Sardenha, a mesa é a porta para a cultura. Nunca se diz não.

4.
O Museo del Bisso

Um museu que foge à ideia normal de um. Na porta, encontra-se um cartaz com a mensagem “Aqui não mora a pressa”. E não podia ser mais verdade. Dentro, fala-nos a última Mestre de uma Arte incrível, de paciência imensa: a arte do “bisso”, o chamado “fio da água”, colhido no mar e que esta mulher de pele salgada transforma em belíssimos tecidos e bordados. Verdadeiras obras de arte que levam anos a concluir. Tecidos e bordados cujo toque não se sente e que emanam um calor algo místico. Há pequenas coisas que provocam uma espécie de despertar na alma e as palavras sábias desta artesã podem muito bem ser uma delas.

5.
O sol

Não é segredo que sou um pouco como um girassol, sempre à procura do sol e de um pouco de calor. Aqui, encontrei-os antes do tempo. Encontrei-os em pleno Inverno e em Abril já me conduziram, inebriada, às belíssimas praias de areia branca e águas azuis turquesa. Também os sardos se movem mais felizes quando brilha o sol e, assim, quando todo um povo sai à rua à procura do mesmo, não há como resistir a piqueniques e passeggiatas várias. Nesta ilha do Mediterrâneo, o Verão começa em Abril e termina em Novembro, não importa o que dizem os calendários.

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