Pela sua posição geográfica, estas ilhas foram ponto de paragem obrigatória para embarcações que cruzavam o Atlântico. Os vestígios dessas passagens, remontam há muitos séculos e estão gravados no código genético deste povo.
Mas muito está ainda por revelar ao mundo.
A Pedra do Pirata é um desses tesouros que continua escondido por entre a bruma. Esta pedra conta a história da barca Modena, uma embarcação de 206 toneladas, de pavilhão americano, que aportou nas Bermudas, com destino a Boston, mas uma semana depois de ter levantado ferro, precisamente a 22 de Abril de 1873,o capitão W. H. Lang e a sua tripulação foram obrigados a abandonar o navio. O socorro chegou por um navio que fazia a travessia América-Europa e largou-os, no dia 5 de Maio, na costa leste da ilha das Flores – “Landed May 5 73” é o que se lê. Os tripulantes foram mantidos de “quarentena” pela população, com medo de possível contágio de doenças.
A história destes 12 homens está apenas documentada nesta pedra e resumida nestas palavras.
CAPT. W. H. LANG
AND 11 MEN
LANDED MAY 5 73
FROM BARK MODENA
OF BOSTON MASS. FOUNDED
APRIL 22
Mas esta pedra poderá ter algo mais a revelar. Depois do nome do capitão, está gravado o símbolo de um esquadro e compasso, insígnias que se associam à Maçonaria. John Coustos, mestre maçon, refere-se no seu blogue ao capitão Lang como membro maçon.
Não se sabe ao certo que destino teve o capitão Lang e se algum dia conseguiu sair desta ilha. Incerta é também a localização desta pedra. Se a quiser “descobrir”, terá que se aventurar pelos caminhos verdejantes da ilha das Flores e descer à Fajã do Conde.
Chegar à pedra não é tarefa fácil, não pelo grau de dificuldade do caminho, mas porque não são muitos os que sabem a sua posição e tão poucos os que se aventuram por terrenos privados.
Envolta em mistério e em vegetação, pode passar facilmente despercebida, apesar do seu tamanho considerável. Mas é uma aventura que vale a pena desvendar.
