Durante o tempo que mediou a imaginação e a concretização de chegar a Buenos Aires fui ouvindo vários adjectivos: fabulosa, temerosa, perigosa, espetacular....
Li bastante sobre o destino e ajudou, sem dúvida, mas nunca saberia sentir Buenos Aires apenas pelos guias e dicas de viagem. É muito mais que tudo...
As suas largas avenidas e edifícios grandiosos e ruas com sentido sobressaem da natural América Latina confusa — não fossem os jacarandás em flor em Dezembro, polvilhando a cor por entre a magnitude da arquitectura de estilo parisense, as imensas árvores e palmeiras em qualquer canto, diria mesmo que poderíamos estar numa cidade europeia.
Tudo se impõe em Buenos Aires de uma forma natural mas soberba: os parques, os cafés, os preços, os edifícios, os museus, a cidade, as cores.
Aqui dança-se mais do que o tango: as imensas livrarias — Buenos Aires é a cidade do mundo com mais livrarias por habitante —, os cafés sem fim, os doces de leite e a imensidão de verde atraem uma amálgama de gentes que se perde facilmente por estes cantos repletos de vida(s) e de história.
Ao final do dia, entre a dança do trabalho e o tango, há tempo para a larga maioria desta população se entregar ao desporto. Uma multidão enche os parques e os ténis de corrida lançam-se na dança.
Dicas úteis
Para chegar ao centro da cidade, imediatamente depois da zona de alfândega no aeroporto internacional, compre bilhete na Manuel Tienda Leon. Peça bilhete de autocarro juntamente com táxi. Deixam-no hotel a um preço justo e totalmente seguro.
Traga dinheiro consigo, pesos argentinos, notas grandes e pequenas. A taxa de conversão é extremamente desfavorável e dar uma nota grande a um taxista pode dar azo ou a dizer-lhe que não tem troco ou a dar-lhe troco em notas falsas. A falta de divisas é muito sentida, pelo que pagamentos em “efectivo” são também sinónimo de descontos na maioria das lojas.
Não espere “pechinchas”! Não há nada de barato em Buenos Aires, onde uma garrafa de água pequena custa num supermercado cerca de 1,50€.
A melhor forma de conhecer a cidade, que é imensa, é com o Bus Turístico. Uma volta de reconhecimento para fixar os locais onde se quer voltar e aproveitar.
Locais a não perder
La Boca e El Caminito; Plaza de Las Naciones e Floralis Generica; MALBA — um quadro de Frida Kahlo e Diego Rivera num contexto soberbo!; Avenida de Mayo e Casa Rosada, com pausa para Café e doce de leite no Café Tortoni; El Ateneo Grand Splendid, que está para Buenos Aires como a Lello para o Porto; Puerto Madero, a Buenos Aires Moderna e não menos grandiosa; passeios a pé pelas avenidas sem fim, e a passagem obrigatória pela Casa Rosada à noite.
Sugestão de extensão de viagem a Colonia del Sacramento, no Uruguai, viagem que se pode fazer de barco a partir de Buenos Aires. Colonia foi fundada por Manuel Lobo, em 1680, por ordem do Império Português no século XVII. O legado português está presente em muitos recantos da cidade e o centro histórico, de fundação portuguesa, é património UNESCO.