Fugas - dicas dos leitores

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Quénia e os masai mara

No dia seguinte, já outro parque natural nos esperava, a Reserva Natural Masai Mara, já na fronteira com a Tanzânia, mesmo às portas do Serengeti, região muito procurada para ver a migração anual dos milhares de gnus. Depois de nos instalarmos numa tenda bem junto a um pequeno rio, de imediato fomos fazer um pequeno safari. Foi inesquecível. Vimos avestruzes na sua dança de acasalamento, suricatas, leões e suas crias a banquetearem-se com uma carcaça de gnu, abutres, chitas e um sem número de aves.

Nessa noite choveu copiosamente. Pela madrugada dentro, apesar da chuva que não parava de cair, ouviam-se os chocalhos das vacas que os masai conduziam para os pastos. Tínhamos de nos levantar pelas 7h para novo safari. Os caminhos estavam cheios de água e poucos quilómetros à frente ficámos parados na estrada. A água que corria na ribeira era muita e o Ali não quis arriscar. Esperámos cerca de duas horas e depois, já com o caudal bem mais reduzido, continuámos e só parámos numa pequena aldeia masai, um grupo étnico africano de seminómadas. É um povo orgulhoso e indomável, composto por pastores e guerreiros, que tem muito orgulho nas suas tradições. A sua beleza negra é conhecida, assim como as roupas tingidas em tons de vermelho e o andar majestoso. A vida deles gira em torno do gado, que fornece a base da sua dieta. A classe social de um masai é determinada pelo número de vacas e cabras pertencentes à família.

Foi enriquecedor o contacto com esta tribo. A forma como vivem, as casas minúsculas dispostas em forma circular e feitas de estacas de acácia, revestidas de bosta de vaca, material que por aqueles lados será o mais usado na construção. Essa única “assoalhada” não terá mais de 5m2 e serve de cozinha, quarto e sala de estar, como explicava Tinkói, o simpático masai que fez de cicerone pela aldeia. As danças características desta tribo guerreira são um encanto e foi dessa forma que nos saudaram com a dança da fertilidade e a dança a pedir chuva. Os homens brindaram-nos com a dança guerreira, que servia para para se motivarem para as lutas ou para a caça.

Partimos depois em direcção ao rio Mara à procura de crocodilos mas vimos apenas muitos hipopótamos. Em busca de leões, o guia começou a ir por trilhos completamente alagados e começámos a ficar preocupados, pois corríamos sérios riscos de ficar atolados na lama. O risco valeu a pena e fomos parar mesmo junto a um grande leão entretido com uma grande carcaça. Um pouco à frente, uma grande manada de elefantes passeava-se calmamente pela savana.  Ao longe, o guia apercebeu-se de um grande leopardo, imóvel, possivelmente a caçar. Dirigimo-nos para lá, ficámos a cerca 50 metros dele mas só o vimos fugazmente. No último dia na reserva, e já a caminho de Nairobi, voltámos a ver uma grande manada de elefantes. Um pouco à frente, um grande rinoceronte negro.

Chegámos a Nairobi e no dia seguinte iniciámos a viagem de regresso a casa. Pelo meio, uma escala em Istambul. Quando voltámos a Lisboa, já só pensávamos na próxima viagem.

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