Sábado amanhece às seis e meia para visitarmos o Vaticano. Saímos na estação de metro Ottaviano – S. Pietro para a Via Barletta e, no número 27, espera-nos, ao fundo de umas escadas, a Dolce Maniera, onde um croissant de chocolate é 30 cêntimos e o olho se regala com a grande variedade de doçaria. Depois, apressamos o passo para a Baslica de San Pietro. A fila é grande, mas em pouco tempo entramos. É extraordinária! O interior da basílica é uma das maiores obras de arte de Roma. A inesquecível Pietà, assinada por Miguel Ângelo, aparece próxima da entrada atrás de um vidro, e é alvo das máquinas fotográficas empunhadas por turistas ansiosos. Porém, aquilo que mais salta à vista, e que, para mim, é a característica principal, é o altar da basílica acima do túmulo de São Pedro, e sobre o qual se ergue o baldaquino de bronze, impressionando nos seus quase 30 metros de altura.
Depois, a cúpula da basílica para uma vista sobre a cidade de Roma de tirar o fôlego! Segue-se a fila para o Museu do Vaticano e, após cinco horas de espera, somos o último grupo a entrar. Tinha lido que seria preciso mais do que um dia para ver tudo nos Museus do Vaticano, mas, entre as horas de encerramento, a arte religiosa moderna, e outros, caminhamos depressa no meio de turistas imensos. Damos prioridade a algumas coisas: o Grupo de Laocoonte, uma escultura de mármore de uma lenda da Guerra de Tróia, a Sala dos Animais, as Salas de Rafael e os frescos que as emolduram, a Galeria de Mapas, onde se apreciam mapas monumentais e um tecto em abóbada ricamente decorado e, finalmente, a Capela Sistina. Aqui, os seguranças pedem silêncio no meio de burburinhos incomodativos, e impedem, continuamente, as pessoas de tirarem fotografias. Mas arranjo um lugar no meio desta atmosfera e admiro a pintura do tecto encomendada a Miguel Ângelo. Gravo na memória a impressionante A Criação de Adão e o Juízo Final e dou por encerrada a visita ao Vaticano.
Antes do jantar caminhamos até ao próximo destino: Castel Sant’Angelo. Apesar de já estar fechado, apreciamos a imponência com que se ergue sobre o rio ao pôr do sol. Atravessamos depois a Ponte Sant’Angelo e descemos em direcção a Trastevere, onde sabemos que as vielas ganham uma outra vida quando se acendem as luzes dos candeeiros de rua. Escolhemos a Piazza Trilussa e um restaurante para nos deliciarmos com um aperitivo (que não é mais do que uma bebida antes do jantar), já que é um hábito muito usual entre turistas e locais. Escolho um Spritz, bebida de uma cor laranja giríssima, que é acompanhado por pequenas iguarias que enchem a barriga, e deixamo-nos estar neste ambiente de convívio alegre a descansar o corpo sentado.
Antes de darmos o cansaço por vencido, deambulamos pelas ruelas pitorescas de Trastevere e procuramos uma última atracção que se abre no meio de uma praça: a Igreja Santa Maria. Apenas lhe vemos a fachada iluminada e os mosaicos, mas a atmosfera é preenchida por animadores de rua e saímos de lá completos com mais um dia imenso na nossa vida.