Fugas - hotéis

  • A espiar novidades quando A Brasileira foi remodelada em 2013
    A espiar novidades quando A Brasileira foi remodelada em 2013 Nelson Garrido
  • O interior fotografado durante o período em que foi Il Caffè di Roma
    O interior fotografado durante o período em que foi Il Caffè di Roma Manuel Roberto
  • Detalhes de uma remodelação em 2013
    Detalhes de uma remodelação em 2013 Nelson Garrido
  • O café em 2008, por alturas das celebrações dos 105 anos
    O café em 2008, por alturas das celebrações dos 105 anos Nelson Garrido
  • A entrada, fotografada em 2010
    A entrada, fotografada em 2010 Paulo Pimenta
  • A Brasileira numa imagem de 1990
    A Brasileira numa imagem de 1990 José Rocha
  • Painel de azulejos no Porto a garantir que o
    Painel de azulejos no Porto a garantir que o "melhor café é da Brazileira" Manuel Roberto

A Brasileira do Porto vai ser um hotel

Por Lusa

O edifício do emblemático café A Brasileira, na Baixa do Porto, vai transformar-se num hotel com 80 quartos, num projeto que prevê a manutenção do café e do restaurante.

As obras de requalificação do edifício, cujo projecto foi apresentado na semana passada, deverão arrancar "no Outono" e prolongar-se por cerca de um ano, adiantou o proprietário do edifício, o antigo futebolista e seleccionador nacional António Oliveira.

O empresário, que se escusou a revelar o investimento total da compra do edifício e da construção do hotel, adiantou apenas que "a intenção é obter ganhos significativos para que o preço médio de construção por quarto não ultrapasse os 100 mil euros".

O hotel, de quatro estrelas, permitirá criar "mais de meia centena de postos de trabalho directos e outros tantos indirectos", frisou o empresário, que adquiriu o edifício no final de 2013.

Quanto ao financiamento, o empresário disse estar preparado "para assumir a obra", contando eventualmente com a banca, mas também com linhas de crédito para a reabilitação urbana - programa Jessica -- e com fundos europeus que poderão estar previstos no próximo quadro comunitário de apoio (2014-2020).

António Oliveira pretende criar uma empresa própria para "explorar o negócio", contudo, não exclui a realização de parcerias com empresas a trabalhar no ramo, quer para o restaurante e café como para o próprio hotel.

Localizado no gaveto da rua do Bonjardim com a rua Sá da Bandeira, o espaço comercial de A Brasileira encontra-se encerrado desde o início de 2013, quando se encontrava arrendado ao "Il Caffè di Roma" e foi reclamado pelo BPI por causa de uma dívida do proprietário do edifício.

Desenvolvido pelo gabinete do arquiteto Ginestal Machado, o projeto de requalificação deste edifício do início do século XX prevê manter intactas as características dos espaços do rés-do-chão, bem como as fachadas do edifício e a sua pala de ferro e vidro.

O hotel terá na cave uma zona de estar para hóspedes, um espaço polivalente, que servirá de sala de pequeno-almoço mas também para pequenos eventos. Do 2.º ao 5.º pisos serão construídos quartos duplos e individuais, bem como suites, sendo o 6.º reservado para um 'health club', 'jacuzzi' e ginásio.

"Este será o projeto da minha alma", disse, acrescentando que pretende que o futuro hotel, cujo processo de licenciamento se encontra já "numa fase avançada", tenha o nome de A Brasileira.

Presente na apresentação, o vereador do Urbanismo na Câmara do Porto, Correia Fernandes, referiu que o projecto se encontra "em fase de apreciação, embora muito rápida".

"Nada impede" que o edifício cresça mais um piso do que actualmente, disse, alertando que é preciso que a cidade descubra mecanismos próprios para que consiga captar turistas.

"Se hoje há muito turismo, amanhã pode não haver tanto, temos que trazer turistas que fiquem mais tempo, que voltem uma segunda vez, e é preciso que tenham motivos para isso. Compete à cidade descobrir aquilo que pode oferecer a quem nos queira visitar", concluiu Correia Fernandes.

A Brasileira foi fundada em 1903 por um antigo farmacêutico da rua do Bonjardim, Adriano Teles, que depois de regressado à cidade após vários anos no Brasil decidiu criar uma marca própria de café. Durante 13 anos, o farmacêutico serviu  gratuitamente café aos balcões daquele espaço a quem comprasse um saco de grãos de café.

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