A Quinta da Lixa, “empresa familiar” – como os próprios responsáveis resumem – localizada na sub-região do Sousa e célebre pelos seus vinhos verdes, redobra a aposta no enoturismo e ultima preparativos para abrir um hotel rural a tempo da Primavera na Quinta de Sanguinhedo.
“A ideia de construir o hotel surgiu da necessidade de criar sinergias com a Quinta da Lixa”, contam em comunicado, visto que esta já recebe “mais de 2.600 turistas em visitas planeadas” mas não incluía nos serviços o alojamento.
A situação muda em Março graças ao Monverde – Wine Experience Hotel, orçado em 4 milhões de euros. Terá 30 quartos em casas recuperadas, 15 na casa nascente, 14 na casa poente e 1 apartamento com kitchenette.
Mas não só: o projecto, do arquitecto Fernando Coelho (atelier FCC Arquitectura) e com a mão do designer Paulo Lobo, inclui restaurante e bar de vinhos, spa (“vínico”), piscina, loja de produtos e salas de conferência. Até uma grande novidade: uma adega experimental que permitirá aos hóspedes serem enólogos por um dia. Isto tudo rodeados por uma área de vinha de 20 hectares.
O projecto da FCC Arquitectura, refere o atelier na apresentação do hotel, teve como pilares "reabilitar e ampliar as construções existentes", "distribuindo o programa por toda a propriedade". Entre as características estruturais do complexo, destaca-se que "parte dos serviços necessários é desenvolvida em construções semi-enterradas na colina existente", pretendendo-se assim "reduzir o impacto volumétrico da construção".
A sobriedade e subtileza do projecto tem pelo menos um rasgo de excentricidade, visível nas imagens divulgadas pelo atelier de arquitectura no seu site: a entrada principal tem como protecção um corpo aéreo metalizado que parece desdobrar-se organicamente.
A Quinta da Lixa é uma das estrelas da Região dos Vinhos Verdes, com uma produção anual, segundo dados próprios, em redor dos quatro milhões de garrafas, 50% delas exportadas.