Fugas - hotéis

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A street art transforma-se num espectáculo épico

Por Carla B. Ribeiro

Mais de mil anos de história em algumas horas de dança e música, regadas a gastronomia. É desta forma que se vive o Verão no Epic Sana Algarve Hotel. Os anfitriões são os Momentum Crew, um grupo que soma distinções mundiais, e o chef Luís Mourão.

Contar a História de Portugal é reviver mais de mil anos. E é precisamente essa a proposta do espectáculo #PortugalEPIC (o símbolo atrás, uma hashtag, não é erro; faz parte do nome) que, quase diariamente, convida hóspedes do hotel, mas também público vindo de fora, a olhar para o passado do país, até ao tempo em que o território estava ainda entregue aos mouros, através de vários quadros que utilizam sobretudo a street dance como forma de expressão.

À frente de uma equipa cheia de pesos-pesados (“praticamente todos os que aqui estão fazem parte da equipa residente”), o produtor Max Oliveira escrutinou o passado português para escolher os momentos mais significativos, explorando-os através da música mas sobretudo pelas várias expressões corporais em que a sua companhia se destaca. Há momentos de locking, de típicos movimentos amplos e exagerados; de popping, que consiste em contrair e relaxar os músculos, criando uma espécie de batida; do b-boying, mais conhecido por breakdance, que coloca os artistas em poses mirabolantes; ou do descontraído hip hop. 

Mas não se pense que a colectânea de músicas é um ritmo desenfreado de batidas. Em vez disso, inclui temas que não se esgotam com o passar dos anos: como é o caso do Paixão, dos Heróis do Mar, ou de Solta-se o beijo, da Ala dos Namorados. Mas há mais artistas nacionais chamados a fazer parte desta história: Pedro Abrunhosa e Rodrigo Leão são apenas alguns exemplos. Pela voz de Nicinha (aka Queen Ebony), que imprime a qualquer tema uma pitada de R&B e soul.

À medida que se vai revelando a História de Portugal, também são convocadas à acção várias tradições do país, entre as quais o frenético e mui algarvio corridinho, assim como são expostos personagens caricatos, mas ainda assim representativos. O arranque dá-se com os “Mouros”, em que é retratado um acampamento mouro através da dança árabe. Segue-se “Fado e Descobrimentos” e, depois, “Monarquia / Revolução dos Cravos”. A seguir, há “Diversão”: as idas à praia no Algarve, o Funk Abrunhosa e até o Futebol, num ano cheio de razões para celebrar este desporto.

O objectivo, explica o grupo hoteleiro, passa por aproveitar uma altura em que o “Algarve está à pinha com muitos turistas estrangeiros” e contar-lhes “a história deste país único”, criando assim um souvenir diferente: memórias e conhecimento, embrulhado numa narrativa diferente e que prima sobretudo pelo entretenimento. Já para quem chega de dentro, conseguirá identificar-se “em muitas das situações ali retratadas”.

Mas, já se sabe, não se pode falar em Portugal se não se abordar o tema da gastronomia. Por isso, pelas mesas da grande sala de espectáculos do Centro de Congressos do Epic vêem-se pratinhos com as mais diversas propostas. É o início da viagem sensorial: há aromas e sabores que provêm de todos os cantinhos do país. Uma missão a cargo do chef Luís Mourão, que não deixa nenhum crédito por mãos alheias. Nas entradas, aos inevitáveis cesto de pão, à manteiga e ao azeite, juntam-se pastas de atum e de azeitona e um pratinho de cenoura algarvia. Seguem-se o presunto e os enchidos, chouriço assado, peixinhos da horta, queijo de Azeitão com compota de abóbora e as pataniscas de bacalhau. Mais uma ronda, mais uma viagem: camarão à la Guillo, bacalhau à Brás, pica-pau de novilho, amêijoas à Bulhão Pato, salada de polvo. O festim gastronómico inclui ainda, como sobremesa, bolo de alfarroba, sericaia, tarte de chocolate e laranja, tarte de amêndoa e toucinho do céu, sendo rematado com café, pastel de nata e um shot de medronho. Um menu tão épico quanto o título do espectáculo.

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