E é nas manhãs de fim-de-semana que este novo espaço ganha mais vida ao encher-se de casais e famílias que vêm para o que rapidamente se tornou, até para surpresa de Carolina, sócia mas também directora do Nomaa, no mais requisitado brunch de Curitiba. Mais até que o menu de jantar, composto pelo chef Lênin Palhano a partir de ingredientes regionais como o pinhão do pinheiro-do-Paraná – a magnânima Araucaria angustifolia, o ex-líbris de Curitiba — este brunch fez do Nomade não só um lugar de estada para os seus visitantes — sobretudo mulheres e homens de negócios — mas de convívio para os habitantes da cidade.
É nessa lógica que a aposta do Nomaa no design ganha maior valor. Afinal, um hotel de luxo é um daqueles espaços híbridos que não é nem uma loja, nem uma galeria, nem a nossa casa: aqui podemos contemplar mas também usar o mobiliário e os outros objectos que poucas vezes poderemos comprar. Como os vários clássicos do design moderno projectados por designers como Charles Eames, Eero Saarinen, Harry Bertoia ou Hans Wegner, e ainda dos brasileiros Sérgio Rodrigues e Flávio de Carvalho, cujas cadeiras e poltronas mobilam o lobby-recepção-sala-de-estar, o restaurante e ainda os quartos e suítes do hotel.
É, porém, na atenção e investimento no design contemporâneo brasileiro que o Nomaa se destaca dos seus concorrentes. Aqui podemos descobrir várias peças de Jader Almeida, o mais respeitado e prolífico da nova geração de designers de mobiliário brasileiros, e ainda as poltronas de Pedro Useche, Cíntia Gomes, Zanini de Zanine, EstudioBola e Em2 (Roberto Hercowitz e Mariana Betting). Além do candeeiro projectado por Fernanda Cassou para o balcão da recepção, encontramos um candeeiro de edição limitada dos curitibanos Fetiche Design (Carolina Armellini e Paulo Biacchi).
As estantes do lobby e dos quartos contêm vasos dos Holaria, um estúdio-fábrica de porcelana fundada por Aleverson Ecker e Luiz Pellanda em Campo Largo, conhecida como a “capital da louça” do Paraná e do Brasil. A identidade visual do Nomaa é do atelier curitibano Taste. Nas paredes do hotel encontramos ainda obras de Paolo Ridolfi, André Azevedo e Eliane Prolik, além de fotografias do próprio André Nacli que reproduzem em grande dimensão detalhes da natureza e arquitectura de Curitiba.
Com áreas generosas, os 40 quartos do Nomaa dividem-se nas categorias Max, Vitra, Magnum e Meet, estando decorados com conforto e sobriedade dados pela madeira das estantes, armários e divisórias, mas também pelo mármore Branco Paraná, a variante leitosa de mármore da região que forra todas as casas de banho. As duas suítes Ático, de 91m2, contam com uma banheira de imersão e um terraço privativo com lareira (recordamos que em Curitiba faz frio).
Todos dispõem de regalias expectáveis de um hotel como o Nomaa, tais como lençóis de algodão egípcio Trussardi, menu de almofadas e um iPad concierge que permite pedir serviço de quarto ou fazer uma marcação para o Gaya, o spa aberto também a não-hóspedes. Uma inovação tecnológica que, todavia, em nada ultrapassa a notável eficiência do pessoal jovem e descontraído do hotel e restaurante. Que, além dos humanos, estão dedicados também ao bem-estar de outras espécies de hóspedes: sendo um hotel pet friendly, o Nomaa dispõe de camas especiais para gatos e cães de pequeno porte.