Logo em 2012, a abertura de um negócio em Braga, cidade onde vivem, chegou a ser equacionada. “Mas Braga nessa altura não era aquilo que é actualmente. Estas zonas do centro histórico estavam praticamente fechadas e não havia a procura turística a que hoje assistimos na cidade”, justifica Susana. O Gerês, de onde é natural, parecia na altura uma solução com “mais potencial”.
Contudo, a maior cidade da região nunca saiu verdadeiramente dos seus planos. No ano passado, surgiu a oportunidade de arrendar o prédio onde está a Sé Gest House. A “mudança” que Susana e João observaram em Braga, com um número crescente de hostels e guest houses, restaurantes e lojas inovadoras, e um centro histórico cada vez mais procurado por visitantes, convenceu-os a experimentar o mercado turístico da cidade.
O edifício fica na Rua Dom Paio Mendes que, apesar do nome, não é bem uma rua: é a praça defronte da Sé de Braga e, por estes dias, o principal centro da movida bracarense. A Sé Guest House fica paredes-meias com o Sé lá Vie, o bar de concertos mais movimentado da cidade, e bem perto de meia dúzia de esplanadas e uma cada vez maior e mais diversa oferta de restauração. Na Primavera e Verão são espaços sempre muito procurados, quer pelos locais, quer pelos visitantes.
“A rua agora está na moda, mas não foi por isso que viemos para aqui”, defende Susana Cunha. O importante no momento da escolha era uma localização tão próxima quanto possível do centro histórico da cidade que, por ser relativamente pequeno, pode percorrer-se a pé facilmente e com total independência. E isso é importante para o segmento em que a Sé Guest House quer posicionar-se: estadias de fim-de-semana de casais maioritariamente jovens. Ainda assim, desde a abertura da unidade, 40% dos clientes estão na cidade em viagens de trabalho.
A proximidade ao centro de Braga é um dos aspectos mais valorizados por quem procura esta guest house. Mas também pode ser um problema. Confuso? É fácil de explicar: a movida bracarense está em crescimento e proporciona noites de diversão nocturna que, ao fim-de-semana, se prolongam até às 2h.
As queixas foram, contudo, poucas, até ao momento. “Normalmente, quando as pessoas vêm ao fim-de-semana, vêm para se divertir e acabam por não dar importância a esse facto”, garante Susana Cunha. Ainda assim, a Sé Guest House percebeu que isso pode ser um problema e está, neste momento, a trabalhar para melhorar o isolamento de ruído nas janelas do edifício.
A Fugas esteve alojada a convite da Sé Guest House
Positivo
Tirar os sapatos, fazer um chá e sentarmo-nos, de forma meio desengonçada, no sofá. Não é uma rotina estranha para muita gente, mas serão poucos os que se sentem à vontade para fazê-lo numa unidade hoteleira. No Sé Guesthouse isso faz-se com o à-vontade de quem está em casa. A decoração sóbria, o ambiente confortável e a dimensão maneirinha desta guest house ajudam a que isso aconteça.
Negativo
Às vezes um dos grandes trunfos de uma unidade hoteleira pode ser o seu principal problema. A vista privilegiada para a Sé implica também que a guest house tenha varanda sobre algumas das esplanadas mais movimentadas do centro histórico de Braga e paredes partilhadas com o principal bar de música ao vivo. Para quem for em busca de uma estadia tranquila, isto será um problema.