Já para pares românticos ou duos castos, aconselham-se os quartos Mizarela ou Pedras Parideiras, mais aconchegantes e com saída directa para a piscina. Têm pedra nas paredes, paredes de vidro com vista para as rochas, rochas que guardam com fetáceas a janela do duche. Só não têm kitchenette, mas conferem direito ao pequeno-almoço com bolinhos feitos pela Amanda, que é quem mais está pela quinta a acolher os hóspedes.
As duas novas suítes da Quinta do Pomar Maior são, no entanto, as que melhor demonstram como a vida em Santa Eulália pode ser cómoda e prazenteira. A da Freita apresenta-se sobre um pequeno monte e recebe-nos com uma escadaria privada em ripado de madeira como o dos passadiços do Paiva. Lá dentro há uma kitchenette bem equipada, um sofá que pode acomodar um terceiro hóspede e um quarto acolhedor em que a cama se aninha contra a parede e o recorte da cabeceira replica o perfil orológico da serra da Freita.
Sempre em crescendo, resta depois a mais espaçosa e impressionante suíte Trilobites, evocativa dos fósseis gigantes que há milhões de anos percorreram os mares de Arouca. A entrada faz-se por um lago com salamandras e daí sobem-se novos passadiços até um alpendre denso, recortado de um lado por uma fonte sempre a gorgolejar, em cima por frondosas ramadas e à direita pela parede de vidro exterior da sala de estar. Quando então se entra na casa, pouco do que lá encontramos é rústico: entre janelas rasgadas, a cozinha cativante, uma garrafeira a desafiar ser preenchida, um recanto para ler junto à janela e os vibrantes espelhos e lustres do quarto, apetece passar ali o pleno dos dias, esqueça-se lá o turismo! Mas, cometa-se ou não a heresia de cancelar o passeio pelo restante território do Geoparque de Arouca, é só após algumas horas de sono que melhor se percebe a mudança de cenário: de tão estanque que é a suíte, a porta que se abre para a rua abre-se também para uma experiência sensorial — somos subitamente inundados de aragem, de fresco e de cheiro a verde; do trinado de pássaros, do roçagar das árvores e do gargarejo redondo de água corrente sobre água planada. O dia faz-se alegre, cheio de viço, e aquele recanto do alpendre é o portal de entrada numa vida nova, sã e natural. Tudo ali é optimismo, nada nos pode correr mal. Arouca só pode valer a pena.
Quinta do Pomar Maior
Lugar de Barreiros, Santa Eulália,
4540 Arouca
Tel.: 963162137
http://quintadopomarmaior.com/
Preços por noite, constantes todo o ano:
Casa Mosteiro (T4): 185€ quando ocupada por oito pessoas do mesmo grupo, 235€ com seis hóspedes e 285€ com quatro.
Suíte Trilobites (T1): 140€
Suíte Freita (T1): 120 euros€
Quarto Pedras Parideiras: 75€ com pequeno-almoço
Quarto Mizarela: 95€ com pequeno-almoço.
O que fazer
Visitar o Mosteiro de Arouca e a Casa dos Doces Conventuais, ambos com propostas relacionadas com as monjas de Cister e os seus segredos centenários. Ir também à serra para conhecer o Centro de Interpretação Geológica de Canelas, com os seus fósseis gigantes de trilobites; a Casa das Pedras Parideiras, que explica o fenómeno único da rocha granítica que “dá à luz” outras pedras; e os famosos Passadiços do Paiva, com os seus oito quilómetros ao longo das escarpas do rio.