Uma praia paradisíaca com águas cristalinas e quentes, vegetação densa e exótica e muita tranquilidade e sossego. Se é isto que procura, esqueça Miami Beach. Então, o que é que torna esta cidade, no extremo sul dos Estados Unidos, o terceiro local mais visitado do país, ao receber cerca de 10 milhões de turistas por ano?
A resposta é simples: o turbilhão de culturas, a diversão nocturna, o ritmo frenético durante as 24 horas do dia e séries como Miami Vice, CSI Miami e Miami Ink. Em Miami Beach nunca se dorme, tudo é plástico, tudo é artificial e em todas as esquinas cruzamo-nos com clones de Paris Hilton e Britney Spears.
Mas nada disso importa. É que há qualquer coisa de mágico nesta pequena ilha onde o que interessa é mesmo ver, ser visto e gritar bem alto: "I'm in Miami Beach". Praia com areia importada das Bahamas, muita salsa e hip-hop, muito jet set, estilos para todos os gostos (alguns bem duvidosos) e muy, muy caliente. A primeira impressão com que se fica quando se chega a Miami Beach é de ter-se chegado a uma selva onde vale tudo para dar nas vistas e mostrar-se.
Com menos de 50 quilómetros quadrados, esta cidade vizinha de Miami, ligada à metrópole por várias pontes, é uma autêntica passerelle. Há os jovens, homens e mulheres, com corpos talhados à perfeição em ginásios ou com a ajuda de muito silicone, que procuram despertar a atenção de um qualquer paparazzi que os projecte para a fama; há os latinos e negros com estilo gangster que passeiam em Chevrolet, Mustang ou Corvette "kittados", com o braço de fora e música bem alta para marcar uma posição de força perante os gangs rivais; há o jet set que desfila na Ocean Drive de Ferrari ou Lamborghini a 20 km/h para não passar despercebido aos olhos de ninguém; e há os milhares de turistas que, de máquina fotográfica e câmaras de filmar na mão, tentam registar tudo. E há sempre muito para captar e guardar na memória.
Mas antes de irmos às excentricidades e ao folclore de Miami, comecemos pela praia mais famosa, South Beach, na parte sul de Miami Beach, que se destaca das demais e que tem a faixa de areia mais concorrida por metro quadrado. Com um extenso areal encurralado entre o oceano Atlântico e os hotéis, a praia não é, definitivamente, famosa pela sua beleza natural e aí fica a milhas de distância das vizinhas praias das Bahamas (a apenas 64 quilómetros) ou de Cuba (cerca de 150 quilómetros). A praia aqui é apenas um complemento a tudo o resto. Um local para ganhar o bronzeado perfeito, descansar da agitada e concorrida vida nocturna e exibir os corpos tapados por tecido tamanho XXS. Também aqui o objectivo é mostrar-se e à medida que percorremos o areal é possível ver de tudo.
Bem dividida por zonas, em South Beach há a parte do jet set, onde o famoso Nikki Beach Club se impõe, com uma atmosfera estilo Saint Tropez, bem regado por muito champanhe ao ritmo de música lounge. Porém, se não tiver disponíveis umas boas centenas de dólares para gastar por uma garrafa ali nada se vende ao copo, o melhor é procurar outro tipo de sons e ambiente. Mais sensato e económico é, por isso, estender a toalha noutro pedaço de areia disponível onde a democracia impera e até uma zona gay friendly, bem delimitada pelas características bandeiras com as cores do arco-íris, existe. Seja qual for a sua escolha em South Beach, lembre-se que ali tudo é confusão e sossego é uma palavra que não consta no dicionário local.