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Manuel Roberto

Guia de Moçambique, uma viagem que se transformou num livro

Por Alexandra Campos

Anunciado como "o primeiro guia em português" de Moçambique, o livre de Teresa Cotrim e Pedro Ramada Curto (edição da Caderno, do grupo Leya, 19,95€, já nas livrarias) é a prova de uma intensa paixão por um país, espraiada ao longo de mais de 300 páginas.

Obra de um casal que começou por aterrar em Maputo com um objectivo bem definido - recolher elementos para o portal do Sapo Moçambique -, e não conseguiu escapar à tentação do regresso, para, num périplo de meses, explorar e descobrir tudo o que um dos países mais pobres e intocados do mundo tem para oferecer aos turistas desprevenidos, o guia está repleto de descrições inflamadas de praias de águas quentes e transparentes e ilhas paradisíacas no oceano Índico, mas também de muitas informações práticas e de úteis dicas para os viajantes se orientarem pelas várias regiões do "tesouro do Índico".

Um país onde uma noite num resort de luxo pode custar quase tanto como PIB per capita (444 dólares em 2009), mas que se pode igualmente descobrir por pouco dinheiro, desde que se esteja disposto a viajar de mochila às costas, se tenha um aguerrido espírito de aventura e tempo de sobra para absorver a cultura tão diversificada e explorar a costa de mais de 2500 quilómetros.

Falta aqui o lado mais obscuro de um país onde o contraste entre a pobreza do povo doce e simpático e o luxo em que vivem alguns privilegiados é chocante. Mas, para quem já passou por Moçambique há alguns anos, é interessante ver como o país que sobreviveu a uma guerra civil tão prolongada parece estar lentamente a recuperar e a criar estruturas para que os visitantes possam desfrutar de alguns dos últimos redutos do paraíso na terra. Os autores, Teresa Cotrim e Pedro Ramada Curto, cuja apaixonada viagem transformou num livro, agradecem em dialecto changane: "Kanimambo!". Nós também.

-> Leya

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