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Gleb Garanich/Reuters

Turismo nuclear: Os turistas de Tchernobil, 25 anos depois

Por Carla B. Ribeiro

Passam 25 anos sobre o maior desastre nuclear da História e a cidade ucraniana, e arredores, é agora destino de peregrinações turísticas. O interesse por Tchernobil renasce após o acidente nuclear de Fukushima, Japão.

Ainda "há poucos meses eram cerca de uma dúzia de pessoas por semana" que se inscreviam para estes passeios por Tchernobil, "mas agora são centenas de pessoas por semana", conta à AP Dmitry Bobro, o director-adjunto da agência governamental que gere a zona à volta da instalação nuclear, actualmente ainda por desactivar devido a falta de financiamento.

"Queremos dizer ‘venham e vejam com os vossos olhos'", avançou uma porta-voz do Ministério das Situações de Emergência, Yulia Yershova. Isto porque pretende-se "dissipar o mito de que Tchernobil continua a ser um perigo para a Ucrânia e para o mundo". Porém, e apesar de já terem sido cumpridas 16 das 22 medidas necessárias para que tal seja verdade, ainda não se pode falar em segurança. Pelo menos a avaliar pelas recentes declarações de Vladimir Jolosha, chefe daquela agência governamental, junto do Parlamento e citado pela imprensa ucraniana: "A falta crónica de financiamento impede completar os trabalhos de desactivação da fábrica e dificulta o cumprimento dos programas internacionais", denunciou.

O certo é que os conselhos aos turistas não são muito encorajadores sobre a ausência de perigo: não se pode tocar em nenhuma estrutura ou vegetação, não se pode sentar no chão nem sequer comer ao ar livre.

Pela Ucrânia, apesar das resistências, não é difícil encontrar agentes dispostos a fazer o tour de Tchernobil. E não faltam turistas. Na Stay in Kiev, pode reservar-se um tour, em grupo, a partir de cerca de 160 dólares (110 euros).

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