Ainda "há poucos meses eram cerca de uma dúzia de pessoas por semana" que se inscreviam para estes passeios por Tchernobil, "mas agora são centenas de pessoas por semana", conta à AP Dmitry Bobro, o director-adjunto da agência governamental que gere a zona à volta da instalação nuclear, actualmente ainda por desactivar devido a falta de financiamento.
"Queremos dizer ‘venham e vejam com os vossos olhos'", avançou uma porta-voz do Ministério das Situações de Emergência, Yulia Yershova. Isto porque pretende-se "dissipar o mito de que Tchernobil continua a ser um perigo para a Ucrânia e para o mundo". Porém, e apesar de já terem sido cumpridas 16 das 22 medidas necessárias para que tal seja verdade, ainda não se pode falar em segurança. Pelo menos a avaliar pelas recentes declarações de Vladimir Jolosha, chefe daquela agência governamental, junto do Parlamento e citado pela imprensa ucraniana: "A falta crónica de financiamento impede completar os trabalhos de desactivação da fábrica e dificulta o cumprimento dos programas internacionais", denunciou.
O certo é que os conselhos aos turistas não são muito encorajadores sobre a ausência de perigo: não se pode tocar em nenhuma estrutura ou vegetação, não se pode sentar no chão nem sequer comer ao ar livre.
Pela Ucrânia, apesar das resistências, não é difícil encontrar agentes dispostos a fazer o tour de Tchernobil. E não faltam turistas. Na Stay in Kiev, pode reservar-se um tour, em grupo, a partir de cerca de 160 dólares (110 euros).