Liliana Duarte faz aqui uma primeira abordagem à obra:
Caminhando pelos trilhos de Portugal
Com o sol a convidar a sair de casa, são cada vez mais os adeptos de pedestrianismo que querem descobrir o país de forma segura e confortável.
Comecemos a norte. Para quem a noção de "espaço verde" se limita ao parque ou jardim da sua rua, a exuberância da serra do Gerês poderá ser uma surpresa. Tire um fim-de-semana e vá a Castro Laboreiro, em Melgaço. Aventure-se na Pequena Rota pr3, o Trilho Castrejo, e, ao longo dos seus cerca de 11 quilómetros, descubra as tradições seculares relacionadas com a pastorícia. Onze quilómetros podem parecer muito para quem está habituado a ir até ao café de carro, mas este é um percurso em grande dificuldade e que possibilita aos menos reparados poder, com alguma facilidade, encurtar a distância a percorrer.
Mas, se lhe apetece ir para sul opções também não faltam. Avis, Sousel, Crato e Monforte são algumas das localidades do Norte alentejano onde pode encontrar bons trilhos. Experimente o Percurso 8, em Cano, caminhe durante 8,5 quilómetros e visite a enigmática Torre do Álamo, também conhecida por Torre de Camões, por, eventualmente, ter pertencido à família do poeta. Para os mais experientes ou determinados, os 240 quilómetros da Via Algarviana, que faz a ligação pedestre entre Alcoutim e o cabo de São Vicente, serão o desafio a não perder, sobretudo se estão interessados em conhecer melhor a serra algarvia.
De norte a sul do país o que não faltam são trilhos e caminhos à espera de serem explorados e, nos últimos anos, parecem ser também cada vez mais os adeptos do turismo pedestre. "Andar a pé é a forma mais natural de nos deslocarmos. Actualmente muitos milhares de pessoas, mais do que se possa supor, já experimentaram que caminhar por prazer é das experiências mais fantásticas e restauradoras do equilíbrio e bem-estar.
Além do exercício físico, andar constitui-se como uma excelente forma de relaxamento e de observação do que nos rodeia e de nós próprios. Há muito que perdemos a noção de e espaço, é fundamental voltarmos a ter presentes essas dimensões. Só assim é possível vivermos melhor", afirma Carlos Alberto Cupeto, autor do livro Fugas a Pé, que agora é editado com o PÚBLICO.
Licenciado em Geologia, professor universitário, director da revista Indústria e Ambiente e do Departamento de Recursos Hídricos Interiores da Administração de Região Hidrográfi ca do Tejo, Carlos Alberto Cupeto descobriu há muitos anos o prazer de andar no campo. Fugas a Pé é fruto da sua experiência como caminheiro e pretende constituir uma ferramenta prática para todos os que se interessam pela caminhada, sejam mais ou menos experientes.
Além de sugestões de percursos a fazer em território nacional, o livro oferece sobretudo uma série de conselhos para todos os que se preparam para se pôr ao caminho. Que roupa é a mais adequada para caminhar? Como preparar a mochila? Que cuidados ter durante a caminhada? São apenas algumas das perguntas a que Fugas a Pé procura dar resposta.
