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A magia dos aeroportos segundo Alain de Botton

Por Luís Maio

É um livro curto e fininho, perfeito para matar o tempo de espera num aeroporto, sobretudo quando defende a tese, algo surpreendente, segundo a qual o aeroporto "é o centro imaginativo da cultura contemporânea".

Só surpreende, porém, quem nunca leu nenhuma obra de Alain de Botton, "filósofo do quotidiano" que há meia dúzia de anos lançou A Arte de Viajar, um best-seller sobre viagens onde sugeria que muitas vezes é preferível tirar férias em casa, não sair do quarto do hotel ou, quanto muito, dar uma volta no bairro.

Mas as premissas de Uma Semana no Aeroporto - Um Diário de Heathrow são diferentes, na medida em que se trata de uma encomenda da BAA, a corporação que é proprietária do aeroporto de Heathrow e que o convidou a passar uma semana no seu mais recente centro de passageiros, o Terminal 5, situado entre as duas pistas do maior aeroporto de Londres.

De Botton aceitou o desafio de ser o primeiro "escritor-residente" de Heathrow, assinando uma deliciosa peça de marketing que desconstrói com perspicácia a má reputação do aeroporto como "não lugar", tão desconfortável quanto um hospital ou uma estação de serviço. Claro que é preciso ter a "verve" e o fino sentido de humor do filósofo inglês para encontrar poesia numa ementa de serviço de quartos.

O livro, edição Dom Quixote, custa cerca de €10 nas livrarias.

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