Os homens mascarados de gladiadores (e em menor número de outras figuras da Roma Antiga), que, em frente ao Coliseu, cobravam aos turistas por uma pose para a câmara, enfrentam a extinção.
Uma nova lei, publicada a 30 de Março, determina que passa a ser ilegal a permanência destes figurantes em frente ao monumento romano, assim como cobrar dinheiro em troco de fotografias.
A medida surge após uma série de queixas que davam conta de que os gladiadores acossavam os turistas para que estes pagassem por uma fotografia com eles junto ao Coliseu.
Porém, na maioria das vezes, o retrato era apenas o resultado de um dos homens disfarçados saltar para o enquadramento no momento do disparo. Logo de seguida, era cobrada uma quantia que variava entre os 10 e os 30 euros.
Segundo as autoridades romanas, o dinheiro era exigido muitas vezes como uma espécie de resgate, em troco da máquina que aqueles homens entretanto já tinham em mãos, ou sob ameaças.
No último Verão, a quantidade de reclamações acabou por originar uma operação sob disfarce que resultou na detenção de 20 gladiadores, informou na altura a AFP, e no início de uma campanha para terminar com o espectáculo em frente à milenar estrutura.
Os casos de violência que envolvem os gladiadores modernos não são de agora: em 2003, um dos homens foi detido por estar a usar uma espada verdadeira e, em 2007, um dos centuriões foi acusado de ter atacado fisicamente um cidadão americano e uma cidadã chilena - ambos precisaram de assistência hospitalar.
A rebelião dos centuriões
Com o cerco a apertar-se, no fim da semana passada, um grupo de homens vestidos de capas vermelhas e equipados com elmos dourados protestou em frente ao Coliseu contra o fim do seu sustento: "Há anos que faço aqui a minha vida e sustento a minha família assim", disse um dos homens, que há quase duas décadas se veste de gladiador, citado pelo Euronews.
O ministro da Cultura italiano, Giancarlo Galan, não desarma, afirmando que os homens tornaram-se demasiado agressivos para com os turistas e que é obrigatório ter licença de trabalho.
Também Gianni Alemanno, que preside o município romano, não aceita ser "chantageado": "Ou os centuriões aceitam as regras ou terão de sair", clarifica num comunicado.
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