Já Susana Ribeiro, licenciada em Direito, aborda os Direitos Humanos e a ideia de justiça (ou a sua ausência): a conversa tem por mote "As Grandes Injustiças no Mundo". A jornalista Ivete Carneiro ("com meio mundo no passaporte") vai improvisar e partilhar momentos de viagem - e até poderia ganhar um prémio por um dos mais originais títulos de sempre para uma palestra: ""Desculpem lá mas a minha vida é fazer títulos e hoje não me apetece" - já se vê que haverá humor pelo meio...
"As primeiras reuniões nacionais revelaram uma mão cheia de pessoas extraordinárias, com percursos de vida e formas de ler o mundo muito refrescantes", diz João Oliveira à Fugas. "Estes encontros acabam por nos deixar a todos uma mensagem de esperança, de motivação e optimismo", resume, acrescentando que "as pessoas comuns descobrem-se rodeadas de pessoas também comuns mas que converteram sonhos em actos". É, sublinha, uma comunhão de "viajantes empedernidos" onde acabam por prevalecer "valores humanos bastante límpidos". "Valores humanistas que, pelo que me apercebo, são cada vez mais escassos noutros contextos sociais e culturais.
Uma das grandes novidades deste encontro no Porto é o lançamento da App EmViagem, uma aplicação que, adianta Oliveira, estão a desenvolver "para que seja um novo recurso de comunicação entre viajantes portugueses". Para os próximos tempos, não faltam projectos: "Já na próxima semana, apresentamos em Lisboa, a convite da autarquia, uma série de propostas de como a cidade podia ser ainda melhor. São ideias desenvolvidas por Portugueses Emviagem com base nas suas viagens e na sua experiência em cidades distantes". Um convite que deixou "a todos nós muito felizes", já que, "no fundo, significa que a sociedade (re)começa a ver o acto de viajar não só como uma aventura, um hedonismo, mas como um acto de conhecimento e de maturidade".
Entretanto, seguir-se-ão mais encontros (com Coimbra e Lagos em estreia) e, em Setembro, uma Expedição Emviagem à Ilha do Pico - em planeamento, também viagens a Timor, Goa ou Egipto (esta última é "a mais doida de todas": "juntar 50 viajantes portugueses e alugar um barco para descer o Nilo. Ainda não tenho datas mas já tenho o nome: Rock in Nilo").
Já João Oliveira, pessoalmente, depois de muitas andanças, não planeia nenhuma "grande grande viagem", até por razões do coração, por vezes incompatíveis com grandes ausências... ("estou bastante apaixonado e não me imagino tão cedo a voltar a estar meses seguidos fora"). Por outro lado, diz-nos, continua, "de certa forma" em Moçambique (onde viveu e ensinou durante bastante tempo). "Ainda posso fazer diferença no futuro de alguns dos meus antigos alunos e enquanto não o fizer, não vou simplesmente mudar de página".
Entretanto o grupo quer também dedicar-se a promover os projectos individuais dos membros: é que "existem grandes escritores de viagem, grandes fotógrafos, vidas fantásticas que os portugueses ainda não conhecem e fazia-nos bem a todos começar a conhecê-los". Isto, aliado a começar a "interagir mais com comunidades estrangeiras residentes em Portugal", "porque só com ‘fátima, fado e futebol' são muito poucos os que conseguem ser felizes".
