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Dulce Fernandes / Arquivo

O bar que mudou a noite de Lisboa faz 30 anos

Por Ana Saleiro (com Lusa)

O Frágil já é trintão. O bar, que transformou e marcou a vida nocturna lisboeta dos 80 e 90, faz 30 anos esta sexta-feira. A festa está marcada para 21 de Junho.
A 15 de Junho de 1982, no número 126 da Rua da Atalaia, num então marginalizado Bairro Alto, Manuel Reis inaugurava um bar que viria a transformar a zona e a própria noite da cidade. 
 
O Frágil tornou-se, depressa, local de passagem obrigatória de artistas e famosos, destacando-se pela constante inovação no design do espaço e no desenvolvimento de ambientes sonoros vanguardistas. Durante mais de dez anos esteve sempre um passo à frente, quer em ambiente, quer em música. Era o sítio para ver e ser visto.
 
“O Frágil era uma espécie de refúgio, o sítio mais importante no Bairro Alto”, relembrou à agência Lusa o músico Rodrigo Leão — hoje, um dos proprietários do espaço, em parceria com a mulher, Ana Carolina, e a psiquiatra Ana Matos Pires. 
 
No início dos 80, ocupando um espaço que antes era uma padaria, Reis encarregou-se da decoração, cujos traços originais ainda podem ser vistos: os azulejos brancos estampados nas paredes, os grandes espelhos e as colunas de talha dourada são algumas das marcas que, segundo descreve a Lusa, permanecem na decoração e que fazem reviver os anos da década de 80. Também a disposição do espaço se mantém: o bar continua a oferecer aos seus visitantes duas salas distintas, uma caracterizada pelo ambiente calmo e descontraído, no qual se pode facilmente conversar, e uma outra sala, para os fãs da dança, onde a pista é o centro das atracções.
 
Trinta anos volvidos, e já sem Manuel Reis que rumou à beira Tejo com o Lux, o Frágil mostra-se resistente, continuando a dar música, sobretudo aos fins-de-semana, assumindo-se “quase como um clube de amigos que se propõe fazer coisas diferentes”, acrescentou o fundador dos Madredeus, projecto nascido precisamente em conversas de noite Frágil com o parceiro Pedro Ayres Magalhães. 

Porém, o sentimento nostálgico é posto de lado ao fim de 30 anos: “As pessoas não ficaram órfãs do Frágil dos anos 1980; o Frágil continua a existir!”, declarou Ana Carolina, uma das sócias, à Lusa.

A festa dos 30 anos está marcada para 21 de Junho, mas o programa da noite ainda não se encontra disponível.

O bar está aberto sextas, sábados e vésperas de feriados, das 23h às 4h, podendo abrir, excepcionalmente, noutros dias para eventos pontuais. A agenda pode ir sendo seguida no Facebook ou no site oficial.
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