Um grupo de cidadãos, sobretudo jovens, ocupou um espaço há muito devoluto - a antiga Biblioteca Popular Infantil Pedro Ivo - e transformou-o num projecto cultural comunitário. Chamaram-lhe "Biblioteca Popular do Marquês". Mas não durou muito: logo de seguida, o edifício foi novamente entaipado pela autarquia.
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Mais de 60 anos depois da inauguração, depois de encerramentos e reaberturas, e depois de ter sido até emparedada, a antiga Biblioteca Popular Infantil Pedro Ivo, na Praça do Marquês de Pombal, no Porto, reabriu a 18 de Junho. No dia seguinte, pela manhã, a Câmara Municipal do Porto entaipou a biblioteca do jardim do Marquês.
A biblioteca foi reaberta, "aconteça o que acontecer". Esta foi uma expressão reiterada pelas pessoas que, ao longo da tarde de domingo, foram passando pelo jardim do Marquês: significava que, embora se considerasse que a "batalha" da reabertura estava ganha (espaço desentaipado e limpo, estantes de livros prontas a serem preenchidas), a convicção partilhada era a de que esta era uma "guerra" que mal começara. Hugo Lopes, um dos cerca de 20 cidadãos que pintavam mesas e cadeiras para mobilar o espaço, resumia o sentimento geral numa frase: "É previsível que a autarquia autista que nos governa tente fechar isto."
Era o que viria a acontecer ao início da manhã de 19 de Junho. Entretanto, uma página no Facebook, criada para divulgar as várias actividades no espaço, movimenta-se agora para contrariar as acções camarárias.