Fugas - notícias

  • Algumas das minigarrafas encontradas pela polícia
    Algumas das minigarrafas encontradas pela polícia DR/Procuradoria-geral de Queens
  • E mais garrafinhas, sempre em sacos de lixo
    E mais garrafinhas, sempre em sacos de lixo DR/Procuradoria-geral de Queens
  • E mais garrafinhas ainda (foram encontradas centenas na casa de um acusado)
    E mais garrafinhas ainda (foram encontradas centenas na casa de um acusado) DR/Procuradoria-geral de Queens
  • Os roubos terão sido realizados por trabalhadores da  empresa de catering da American Airlines
    Os roubos terão sido realizados por trabalhadores da empresa de catering da American Airlines Chip East / Reuters
  • O aeroporto JFK movimentou em 2011 mais de 2,6 milhões de passageiros
    O aeroporto JFK movimentou em 2011 mais de 2,6 milhões de passageiros Joshua Lott / Reuters

Como trabalhadores do aeroporto JFK terão roubado mais de 100 mil minigarrafas

Por Fugas

Um grupo de 18 trabalhadores do aeroporto JFK, de Nova Iorque, foi detido e acusado de ter roubado, nos últimos meses, produtos avaliados em mais de meio milhão de euros. Incluindo mais de 100 mil garrafinhas de bebidas alcoólicas. E nos EUA não é só o saque do bando que está em causa, é também a segurança aeroportuária.

Nos tempos em que os costs eram pouco low, era o fartar vilanagem nas viagens de avião: tudo o que era miniatura de bem consumível saltava fronteiras nos bolsos dos passageiros, talheres incluídos. Agora, no pós-11 de Setembro e na era das low-cost em que levamos pouco mais que a roupa do corpo, as oportunidades de levar brindes do voo são menores. Mas 18 trabalhadores do aeroporto JFK, em Nova Iorque, parecem ter decidido dar a volta a este karma do viajante. E em seu próprio benefício: terão surripiado, nos últimos cinco meses, mais de 100 mil das famosas garrafinhas de bebidas alcoólicas dos voos da American Airlines, além de vários produtos das lojas duty-free, entre frascos de perfume e volumes de maços de tabaco. A acusação avalia o total roubado em 750 mil dólares (581 mil euros).

O procurador-geral de Queens anunciou a detenção e a acusação dos funcionários, entre camionistas e seguranças, acusados dos desvios, sendo três deles já ex-trabalhadores. O grupo foi descoberto na sequência de uma rusga da Autoridade Portuária de Nova Iorque à casa de um deles, que guardaria centenas de garrafinhas de álcool e dezenas de milhares de dólares em dinheiro em sacos de lixo - entre 500 e 600 sacos cheios de materiais desaparecidos após a chegada dos voos da American Airlines ao JFK.

Segundo a CNN, a forma de saída das garrafas e outros itens dos aviões e, depois, do aeroporto, era exactamente através de sacos de lixo - as garrafas não consumidas, ao invés de voltarem aos armazéns da LSG Sky Chefs (a empresa de catering da American Airlines), eram escondidas em sacos nos camiões de transporte. E o controlo desse movimento estaria também ultrapassado através de alegado suborno a alguns seguranças das instalações. A partir daí, as garrafas eram vendidas e revendidas, processo que a polícia terá testemunhado durante uma operação infiltrada.

Alguns títulos da imprensa norte-americana não resistem aos trocadilhos ao estilo "enorme rede de tráfico de mini-garrafas", mas espelham sobretudo a preocupação com as brechas aparentemente fáceis de abrir numa das cidades e dos países do mundo mais preocupados com a segurança. "Os réus detidos na Operação Last Call violaram e venderam a sua posição de confiança e acesso às áreas mais seguras do aeroporto, incluindo acessos à aviação comercial, tudo isto por ganância pessoal", disse Robert Van Etten, inspector-geral Autoridade Portuária de Nova Iorque e Nova Jérsia. 

Os acusados podem agora ser condenados a penas que vão dos sete aos 15 anos de prisão. A operação policial foi baptizada com uma designação à medida da temática: "Última Chamada".

--%>