É como se já aqui tivéssemos estado. Ideia que é confirmada pelos elementos marítimos que decoram as portas e janelas da igreja e pelas colunas em forma de corda no seu interior. Sobretudo no calor do Verão - ainda mais intenso nesta zona interior - a igreja torna-se num dos sítios mais agradáveis a visitar em Olivença. O fresco que se sente dentro do monumento ajuda a lembrar a brisa marítima a quem está longe do mar.
Só alguns restauros e acrescentos do século XVIII, como os trabalhos em talha dourada, contrastam com a simplicidade da igreja e dão uma tonalidade mais espanhola ao local, com excepção para os azulejos azuis e brancos que retratam cenas bíblicas e que combinam com o estereótipo de uma tradicional casa portuguesa. Uma casa portuguesa que é, sobretudo, frequentada por senhoras aperaltadas, com um "salero" que resiste à idade e que não hesitam em pronunciar bem o "g" de Magdalena.
A história
Foi mandada construir para servir como templo do local de residência dos bispos de Ceuta. O bispado de Ceuta iniciou aqui residência em 1512, tendo sido estreada por Frei Henrique de Coimbra, confessor do rei D. Manuel e o primeiro a celebrar uma missa no Brasil. Falecido em 1532, foi sepultado no templo (existe um túmulo de mármore no local). No exterior, destacam-se falsas ameias, pináculos, gárgulas e a porta principal, com uma portada atribuída a Nicolau de Chanterene, artista que em Portugal, além de outras obras, criou a porta do Mosteiro dos Jerónimos ou um retábulo de mármore do Palácio da Pena. O interior divide-se por três naves com oito colunas que parecem evocar as amarras de um navio. Em grande destaque, os trabalhos em talha dourada do séc. XVIII, retábulos neoclássicos em mármore colorido e azulejaria.