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Museu subaquático no Algarve nasce com afundamento do primeiro velho navio de guerra

Por Carla B. Ribeiro (com Marisa Soares)

Quatro antigos navios da Armada portuguesa estão prestes a serem afundados ao largo de Portimão, nascendo o primeiro museu subaquático português. A corveta "Oliveira e Carmo" é a primeira a ir ao fundo, na manhã de 30 de Outubro, seguindo-se o "Zambeze" algumas horas depois.


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A construção do primeiro parque subaquático em águas territoriais portuguesas começa com o  afundamento de dois dos quatro vasos de guerra da Marinha Portuguesa que, em conjunto, formarão o Ocean Revival ("imersão deliberada" pode ser vista em directo online). O projecto, que pretende formar recifes artificiais, promovendo a prática de mergulho, resulta de uma parceria entre a Câmara de Portimão e a Subnauta, com o apoio da Marinha Portuguesa, que cedeu as embarcações desactivadas.

A primeira embarcação a mergulhar, já na manhã do dia 30 de Outubro, a partir das 11h, é a corveta Oliveira e Carmo, desactivada em 1999, mas que trocou o estaleiro de sucatas pelo fundo do mar. "Passados mais de cinco anos após uma longa navegação por águas turbulentas", informam, o navio está pronto para abraçar a nova missão, estando "reunidas todas as licenças e condições necessárias para que dois dos quatro navios possam ser afundados" - o outro será o navio-patrulha Zambeze, que, após reagendamento, "mergulhará" também no dia 30, à tarde (a partir das 15h). 

Para que fosse possível ter os vasos preparados para o afundamento, foram removidos materiais e equipamentos considerados nocivos ao meio ambiente: "Óleos, amianto e todas as substâncias perigosas foram retirados", explicou Luís Sá Couto, um dos mentores do projecto, em declarações à agência Lusa.

Da corveta resta apenas "o seu casco e alguns materiais que não representam perigos de contaminação do meio marinho", acrescentou Sá Couto. O mesmo se aplica ao patrulha Zambeze que, construído nos Estaleiros Navais do Mondego, em 1972, está afastado de missões desde inícios do século. Os trabalhos de descontaminação das quatro embarcações custaram cerca de 2,4 milhões de euros e permitirão a criação de um local de mergulho controlado a 5,5km ao largo de Alvor, Portimão. Os vasos serão afundados a 30 metros de profundidade, ficando a parte mais alta do navio a uns 15 metros. 

À Oliveira e Carmo e ao Zambeze juntar-se-ão depois o navio oceanográfico Almeida Carvalho e a fragata Hermenegildo Capelo.

Segundo informa a organização, os melhores locais para assistir de terra aos afundamentos serão as praias de Alvor ou Dois Irmãos. "A distância da praia ao navio é de aproximadamente de uma milha e meia em linha recta". Com um bom par de binóculos, não terá dificuldades em acompanhar ao vivo o "espectáculo". Haverá também viagens organizadas por operadores turísticos locais: "neste caso, estando numa embarcação, poderá assistir ao afundamento a meia milha da Corveta", referem. Quem não puder assistir in loco, pode sempre optar pelo site oficial do projecto. "Teremos um sinal vídeo em tempo real a acompanhar o acontecimento", informam.

A "imersão deliberada" da Oliveira e Carmo - que pesa 1430 toneladas e tem 85 metros de comprimento - vai demorar 15 minutos. Só depois de um compasso de espera até ao meio-dia será feito um mergulho técnico de inspecção. Entre as 12h30 e as 13h, os primeiros mergulhadores (que são mecenas do projecto) fazem o baptismo oficial. Os procedimentos são semelhantes para o naufrágio do navio patrulha Zambeze (292 toneladas, 44 metros de comprimento), marcado para as 15h. Às 16h30, descem os primeiros mergulhadores. Só a partir de quarta-feira é que o parque vai ser aberto ao público e todos vão poder mergulhar para observar as estruturas. No entanto, segundo a organização, a penetração dos navios ainda não será possível nas próximas duas a três semanas.

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