Há um recorde mundial que poderá estar prestes a cair por terra graças a muita persistência e rapidez no pedal. Thomas Grosserichter está a dias de tornar-se o homem mais rápido do mundo a percorrer o planeta em bicicleta.
O alemão de 27 anos partiu na manhã de sexta-feira de Lisboa para a última etapa, após um dia extra de descanso - por culpa de umas cãimbras de última hora... -, com chegada prevista à meta, Berlim, antes do final do ano. A passagem em terras lusas teve no entanto um sabor especial: a bordo do "carro vassoura" segue o português Pedro Carvalho.
Thomas e Pedro conheceram-se num hostel em Buenos Aires e desde então só estiveram juntos mais duas vezes: uma visita de Thomas a Lisboa e agora esta aventura, que os leva a percorrer o mundo em tempo recorde para entrar no Guinness. "De repente recebi uma chamada em Dezembro a perguntar se queria ir com ele numa viagem à volta do mundo, que ele pagava a comida, os voos e as estadias", conta à Fugas entre a aterragem em Lisboa e um jantar de comemoração com familiares e amigos.
Thomas precisava de alguém para conduzir o carro de apoio e Pedro, que terminava então o mestrado em engenharia, disse que "precisava de pensar um bocado, mas cinco minutos depois estava a ligar de novo a dizer que aceitava".
Partiram de Berlim no dia de aniversário de Thomas, 17 de Setembro, para bater o recorde: atravessar o mundo de bicicleta e regressar à capital alemã em menos de 100 dias.
Para isso, Thomas tem de percorrer o equivalente ao perímetro do equador (40.075Km), mas só 29 mil km é que têm de ser a pedalar; tem de começar e terminar no mesmo ponto, percorrer o globo num só sentido, cruzar antípodas, nunca "largar" a bicicleta e quando necessário utilizar apenas transportes públicos. No apoio à aventura seguem, sempre na rectaguarda, Pedro e Robert, outro alemão.
No encalce do recorde mundial, os três já atravessaram países como a Polónia, a Ucrânia, a Roménia, Bulgária, Tailândia, Malásia, Singapura, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, EUA, México, Honduras, Equador, Perú, Chile e Argentina.
Apesar de a viagem ter objetivos muitos estritos, que não os permitem explorar muito de cada país, não faltam histórias para contar, entre a viagem noturna na Ucrânia com um táxi como "carro vassoura" e o avião perdido, as noites de cumplicidade no deserto australiano, os ventos terríveis norte-americanos ou o regresso à Argentina.
Agora seguem na última etapa europeia, talvez com o carro de apoio alugado mais original da viagem, uma carrinha pintada em tons jamaicanos e um gigante Bob Marley em "mellow mood".
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