Depois de 12 anos de preparação e discussão, o processo de candidatura da serra da Arrábida a Património Misto da Humanidade foi concluído com a sua entrega, na sexta-feira, na sede da UNESCO, em Paris.
"É um dia muito importante para a região, mas também para Portugal", sublinhou o presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), Alfredo Monteiro, em conferência de imprensa realizada na Quinta de São Paulo, Palmela, poucos minutos depois de a candidatura da Arrábida ter sido entregue na missão portuguesa junto da UNESCO e, consequentemente, no respectivo Comité Internacional.
O processo, iniciado em 2000, é conduzido pela AMRS, pelas câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra e pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, envolvendo parcerias com um conjunto alargado de entidades, incluindo especialistas da aérea do património, ambiente e espeleologia.
Alfredo Monteiro, que preside também à Câmara do Seixal, adiantou que "o trabalho ainda não acabou", uma vez que as equipas da UNESCO vão agora dar início à análise do processo e aferir a validade da argumentação que fundamenta os seis critérios de avaliação a que a Arrábida tem de se submeter para ser considerada Património da Humanidade.
A Arrábida concorre nos critérios IV (património arquitectónico), VI (tradições e lendas), VII (fenómenos naturais e beleza notáveis), VII (exemplo de grande estádio da história da Terra), IX (pela sua vegetação excepcional) e X (habitat de espécies ameaçadas).
No total, são 85 valores materiais e imateriais que compõem a candidatura. Para a classificação basta ser aprovada num destes critérios, pelo que o optimismo das partes envolvidas é muito grande.
A cimenteira da Secil e as pedreiras de Sesimbra são zonas tampão pelo que não podem servir de factor eliminatório.
Após a visita de peritos da UNESCO, que deverá acontecer nos próximos meses, prevê-se que haja uma decisão sobre a eventual aceitação da candidatura até Outubro. A decisão final deverá ser conhecida até final do ano.