As arribas de três praias algarvias vão receber intervenções urgentes, já durante o mês de Maio, devido ao aumento do risco para os utentes, causado pelos temporais de Inverno.
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Em comunicado, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) adiantou que as operações de derrocada controlada e perfilamento de arribas vão decorrer nas praias do Camilo, em Lagos - que, por coincidência foi incluída esta semana num top 10 de praias "únicas" do portal TripAdvisor -, Santa Eulália e Maria Luísa, em Albufeira (foi nesta última que no verão de 2009 a queda de uma arriba causou a morte a cinco pessoas).
As intervenções devem-se ao agravamento da instabilidade daquelas arribas, provocado pelas intempéries de Inverno, que causaram 12 desmoronamentos no Barlavento (Oeste), explicou a Administração Regional Hidrográfica (ARH) do Algarve, que vai realizar as operações.
“Desta geodinâmica natural das arribas resultou o agravamento da instabilidade em três locais que requerem intervenção urgente, antes do início da época balnear, no sentido da mitigação do risco para os utentes da praia”, lê-se no comunicado.
As operações de saneamento das arribas nas praias Maria Luísa e Camilo decorrerão durante a próxima semana, entre segunda e sexta-feira, sendo as arribas da praia de Santa Eulália alvo de intervenção a partir de domingo e durante um mês.
Segundo a ARH/Algarve, que integra a Agência Portuguesa do Ambiente, nesta última praia a instabilidade da arriba agravou-se muito, colocando em risco a integridade de um sítio arqueológico do período romano identificado no topo da arriba.
O agravamento do risco levou a Câmara de Albufeira e a Direção Regional de Cultura do Algarve a coordenarem uma intervenção urgente de levantamento arqueológico, ainda em curso.
A ARH/Algarve explica que a partir de domingo e durante um mês será executada “uma intervenção de defesa da base (enrocamento de pedra) da arriba e subsequente saneamento e reperfilamento da vertente”. Em paralelo aos trabalhos na base da arriba, poderão continuar a decorrer as escavações arqueológicas, esclarece a ARH.
Segundo aquele organismo, o desaparecimento de estruturas arqueológicas nas zonas de evolução natural do litoral é processo comum na franja costeira. No Algarve, existem vestígios de ocupação romana a cerca de 600 metros da costa, hoje a oito metros de profundidade, sublinha. Perante um cenário de erosão irreversível, tornou-se necessária uma intervenção arqueológica urgente para salvaguardar a informação, registá-la e divulgá-la, conclui a ARH.