“As pessoas vão percorrendo o local e ouvindo várias melodias”, explicou à Lusa um dos promotores do projecto, Filipe Teixeira. Em simultâneo, os vigilantes da natureza vão dar explicações aos visitantes sobre a flora, a fauna, a história ou aspectos da conservação do ambiente.
O circuito musical é antecedido da primeira emissão em directo de rádio a partir da ilha, que a Antena 1 Madeira promove entre as 12h e as 16h, e o aniversário culmina com um concerto de jazz denominado Entre lobos e freiras, duas espécies emblemáticas da área protegida. A iniciativa, que visa promover a aproximação da população às áreas protegidas e dar a conhecer a biodiversidade, assinala o início no terreno do projecto de criação da reserva, com a construção da primeira estrutura de apoio.
Paulo Oliveira, acredita que no dia 7, no âmbito deste aniversário, pelo menos 250 pessoas se desloquem à Deserta Grande, o que será um recorde para um único dia.
Nestas duas décadas e meia, Paulo Oliveira destacou a “mudança de mentalidades”: “Quando começámos o trabalho nas Desertas, durante muitos anos, havia uma determinada maneira de estar perante a conservação da biodiversidade, havia um acreditar que não havia espaço para as pessoas nas áreas protegidas”. “O que mais me toca relativamente a este evento é que é demonstrativo dessa mudança de mentalidades, que é determinante para que a conservação da biodiversidade chegue a bom porto”, declarou, salientando que nas Desertas “existe espaço para actividades lúdicas, desportivas, culturais, de lazer”.
As ilhas Desertas, situadas no prolongamento da ponta de São Lourenço, distam 21 milhas a sudeste do Funchal e incluem o Ilhéu Chão, a Deserta Grande e o Bugio. O seu acesso faz-se por mar e o desembarque carece de autorização do Parque Natural da Madeira, que pode ser dada no local.
Foi a necessidade de protecção de uma colónia de lobos-marinhos, actualmente estimada em cerca de 40 exemplares, uma das razões subjacentes à protecção desta área, que alberga espécies raras e endémicas. “A importância das Desertas tem a ver com a biodiversidade única que tem no panorama mundial e com o trabalho que tem sido feito que vai ao encontro do que é pedido hoje em dia a nível mundial que é para parar a perda da biodiversidade”, salientou Paulo Oliveira.
A reserva é espaço de nidificação de aves marinhas, destacando-se, por exemplo, a cagarra ou a freira do Bugio, neste caso espécie exclusiva desta ilha.
____
Serviço do Parque Natural da Madeira: Site | Facebook