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Obras em parte do Jardim do Campo Grande concluídas nos próximos dias

Por Inês Boaventura

As obras de requalificação da zona norte do Jardim do Campo Grande, que eram para durar cerca de seis meses mas já se arrastam há mais de um ano, devem estar concluídas nos próximos dias.
Essa é a expectativa do vereador dos Espaços Verdes da Câmara de Lisboa, segundo o qual não foi ainda definida uma data para a reabertura do espaço, que está rodeado por uma vedação metálica.

Numa visita à ala norte, o vereador destacou aquelas que considera serem as mais importantes alterações introduzidas no espaço: o novo piso, a iluminação pública reforçada e o sistema de rega. "Os pavimentos estavam todos esburacados e o jardim tinha muito pouca iluminação", diz José Sá Fernandes, enquanto aponta amplos relvados verdes e outras áreas em que as sementeiras ainda estão em curso.

Quanto à rega, o autarca afirma que o objectivo é fazer do Campo Grande "um jardim sustentável". Nesse sentido, o lago que antes "era um sorvedouro de dinheiro" foi impermeabilizado e a água com a qual será enchido passará a servir para regar as zonas verdes em redor.

Sá Fernandes adianta que já foi lançado um concurso público para a exploração do restaurante existente junto ao lago, tendo sido recebidas duas propostas que estão a ser avaliadas. Quanto aos barcos a remos que há várias décadas fazem parte da imagem do Campo Grande, o vereador explica que a intenção é que o antigo concessionário mantenha esse negócio, o que, segundo diz, está dependente da prévia recuperação de todos os barcos.

No renovado Jardim do Campo Grande os visitantes encontrarão algumas novidades, não só ao nível do mobiliário urbano (com bancos em madeira e em pedra espalhados por todo o espaço), mas também dos equipamentos. Junto à Avenida do Brasil foi instalado aquele que, segundo a Câmara de Lisboa, é o primeiro parque canino da cidade, no qual os animais poderão correr e exercitar-se numa série de estruturas em madeira.

Já os dois campos de ténis e o ringue existentes foram entregues à Universidade de Lisboa, que os concessionou a um privado que ali vai abrir nove campos de padel, assegurando ainda o funcionamento de um edifício de apoio com balneário e cafetaria. O chefe de gabinete do reitor, Luís Guimarães de Carvalho, diz que numa primeira fase, em princípio até ao fim de Outubro, deverão entrar em funcionamento seis desses campos.

Também nas mãos da universidade está, graças a um protocolo celebrado com a Câmara de Lisboa em 2011, o antigo centro comercial Caleidoscópio. O objectivo é transformar o edifício hexagonal dos anos 70, onde também funcionou um cinema e um restaurante, num centro académico. Algo que chegou a ser anunciado para 2012 mas que ainda não se concretizou, não se sabendo quando começarão as obras.

Luís Guimarães de Carvalho admite que este tem sido um processo com "muitas dificuldades". "Desde o início dissemos que a Universidade de Lisboa nunca teria condições para fazer a requalificação, com um custo que ronda os dois milhões de euros. Temos feito contactos para encontrar um parceiro privado que promova a requalificação total e aproveite parte do espaço para um negócio", explica o chefe de gabinete do reitor António Cruz Serra.

Depois de um concurso público que ficou vazio e de um anúncio publicado num jornal, a universidade encontrou uma empresa interessada em explorar um restaurante no antigo centro comercial, mas ainda não foi possível formalizar um acordo entre as partes. "Na melhor das hipóteses", diz Luís Guimarães de Carvalho, se tal acontecer "até ao final do ano", as obras poderão arrancar "no início de 2014".

Certo é que quando a zona norte do Jardim do Campo Grande reabrir, o Caleidoscópio será uma espécie de ilha degradada no meio de um amplo espaço requalificado. "É um grande prejuízo para a cidade, para o espaço da Cidade Universitária e para a Universidade de Lisboa. O centro académico daria uma vida quotidiana completamente diferente ao jardim. Temos dado o nosso melhor para concretizar o projecto", afirma Luís Guimarães de Carvalho.

"É uma pena. O Caleidoscópio é uma peça importante do puzzle", diz por sua vez o vereador dos Espaços Verdes da Câmara de Lisboa. José Sá Fernandes acredita que os trabalhos em curso desde Agosto de 2012 no Jardim do Campo Grande (com um custo superior a 1,8 milhões de euros) estarão concluídos antes de 24 de Outubro, dia em que tomará posse o novo executivo camarário, do qual fará parte. Quanto à data de abertura ao público, o autarca diz que isso ainda não foi definido.

Sobre os atrasos na finalização dos trabalhos, Sá Fernandes explica que houve uma série de "contingências" que impediram o cumprimento do prazo definido inicialmente. Entre elas, diz, o atraso na criação dos campos de padel, que obrigou a um compasso de espera na obra de requalificação do jardim, e a questão do Caleidoscópio, projecto para o qual a autarquia decidiu deixar já prontas todas as infra-estruturas.
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