O cenário é uma loja e bar de vinhos em Londres. Por aqui, nunca faltam vinhos portugueses, particularmente, claro, o Vinho do Porto. Nesta noite de quinta-feira, também não faltam paisagens e momentos da vida da região duriense e de Portugal. A New Street Wine Shop recebe a primeira sessão das The Chroniclers Nights, evento multimédia que congrega obras de sete fotógrafos profissionais portugueses com uma banda sonora criada expressamente para o efeito. A mostra serve também para lançar um projecto de viagens fotográficas a Portugal.
Organizado pelos The Chroniclers – “os cronistas”, nome que os fotógrafos Armando Ribeiro e Adelaide Carneiro deram à sua empresa de serviços fotográficos, criada em Abril –, o serão inclui trabalhos fotográficos de António Pedrosa, José Bacelar, Leonel de Castro, Luís Barbosa, Miguel Proença, Pauliana V. Pimentel e Tito Mouraz. Uma tertúlia onde se vai falar de fotografia, viagens e Portugal e que os organizadores pretendem repetir a cada três meses com novos temas e mais fotógrafos, de várias nacionalidades. Sempre com o vinho por companhia, até porque a New Street Wine Shop tem como gerente o português Cláudio Martins.
Em simultâneo, é apresentado o novo projecto dos The Chroniclers, que planeiam começar a realizar viagens fotográficas ao Douro e Norte na Primavera de 2014. Os promotores não querem que estas viagens sejam “meras excursões”, conforme disse Adelaide Carneiro à Fugas. O objectivo é que as pessoas partam à descoberta e construam um trabalho documental da sua viagem. “O cliente leva a câmara fotográfica e vai aprender a explorar a câmara e aprender a olhar, com um olhar fotográfico, de quem quer contar uma história”. Não querem levar as pessoas aos sítios que estão nos guias turísticos mas, mostrar-lhes tascas, lojas e lugares que provavelmente só quem vive na zona conhece, adianta Adelaide.
“Temos uma grande paixão por Portugal e não queríamos, de alguma forma, deixar de ajudar. Além do grande prazer que nos dá, queremos mostrar o que de bom Portugal tem para oferecer e que parece estar abafado nesta nuvem cinzenta que é a crise”, defende.
Em princípio, estas viagens terão a duração de sete dias mas a ideia é “personalizar o mais possível para adaptar o passeio e a descoberta às necessidades do cliente e nunca com mais de quatro pessoas por fotógrafo.” Adelaide explica que os passeios são dirigidos a pessoas que gostam de fotografia e de viajar mas também de conforto.
Já a outra face da dupla, Armando Ribeiro, tinha recorrido à expressão em inglês “dentists with Leicas” [dentistas com Leicas], em declarações à Lusa, para descrever o público-alvo: fotógrafos amadores com uma profissão, mas que investem muito dinheiro e tempo no seu hobby. Foi este tipo de turistas que Armando conheceu em visitas fotográficas que liderou nos últimos anos na capital britânica, onde reside desde 2005, e que espera atrair para o seu país de origem.
As parcerias que integrarão o projecto ainda estão em estudo, tal como os preços, mas já têm o itinerário praticamente definido: passar os primeiros dias no Porto, onde Adelaide viveu nove anos e, depois, seguir para o Douro profundo. Um misto de fotografia urbana e de fotografia da Natureza, onde os participantes se podem isolar e explorar a paisagem.
