Noutros tempos, a Feira Popular foi, tanto para miúdos como para graúdos, uma atracção lisboeta quase mágica, destino de diversão quase obrigatória principalmente em épocas festivas. A nostalgia fica e, como os feirantes ainda não desistiram, a Feira Popular vai voltar, pelo quarto ano consecutivo, a receber visitantes na época natalícia.
A partir de 29 de Novembro, os feirantes trazem os seus atrelados para o recinto abandonado de Entrecampos onde durante mais de meio século se realizou a feira. Depois dos festejos maiores, de Natal e em redor do Ano Novo, ficará ainda mais algum tempo, para matar saudades: fecha portas a 26 de Janeiro.
A Feira Popular de Natal terá entrada e estacionamento grátis, estando aberta de segunda a sexta, das 15h à meia-noite, e aos fins-de-semana, entre as 13h e a meia-noite.
Para “contrariar a crise”, como explicou à Lusa o organizador da feira, Hélio Amaral, os feirantes decidiram criar o “dia do euro”, a 30 de Novembro, ao longo do qual as fichas de acesso a todos os divertimentos vão custar, precisamente, 1€. Estima-se que o espaço reúna “entre 18 a 20 equipamentos, para crianças, famílias e radicais”, informou o promotor.
Para esta abertura temporária esperam-se saltos, voltas e mais voltas garantidos por divertimentos cujos nomes antevêem muita diversão. É o caso de Move It, Rodeo e Chicote. Com nomes mais familiares estão também confirmados os carrinhos de choque (para adultos e outros para crianças), a Roda Gigante com 18 metros de altura (há outra, de menores dimensões, para crianças), o carrossel dos animais, cadeiras e chávenas que rodopiam, insufláveis, espelhos mágicos e karting infantil. E ainda o Circo Chen e um superpavilhão de matraquilhos (23 metros deles) e máquinas de jogos. Para aconchegar o estômago, há farturas, pipocas, algodão doce ou pão com chouriço, entre outras iguarias.
A Feira Popular, aberta em 1943 e encerrada em 2003, teve por missão inicial financiar as férias de crianças carenciadas (a Colónia Balnear Infantil de “O Século”) e, mais tarde, passou a financiar toda a acção social da Fundação O Século. A fundação acabou por abdicar de quaisquer direitos sobre a exploração do espaço, num acordo de 2002.
Este mês, o presidente da autarquia alfacinha, António Costa, anunciou que já estar escolhido o local para acolher a nova Feira Popular. Porém, escusou-se a revelar mais detalhes e a localização continua a ser desconhecida.
Para já, fica o regresso temporário desta versão da feira enquanto, pela Internet e redes sociais, os mais saudosos partilham nostalgias das diversões de Entrecampos e defendem o regresso definitivo desta antiga atracção alfacinha. No Facebook, podem seguir-se as páginas dos Apoiantes para a Reabertura ou dos Amigos da Antiga Feira Popular de Lisboa.