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Novo operador de voos «charter» lança-se com o «voo mais curto da história de Portugal Continental»

Por Vânia Marinho

Um voo único entre Lisboa e Beja a marcar a estreia da portuguesa Windavia, empresa aérea que promete não só “destinos improváveis” como levar milhares de turistas a aterrar no aeroporto alentejano

Quarta-feira, 12h11, partida de Lisboa do voo número 1 da Windavia. Quarta-feira, 12h35, chegada a Beja. Assim se cumpriu o anunciado "voo comercial mais curto realizado em Portugal Continental”, embora com ligeiro atraso em relação aos tempos previstos (11h45-12h05). A ligação serviu de mote promocional para a apresentação do novo operador “100% português” de voos charter, que se vai dedicar a realizar voos fretados para operadores turísticos. Para o avião de estreia fica não só este primeiro trajecto único de ligar a capital a Beja como também um baptismo especial: recebe o nome de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul de Bordéus que durante a 2.ª Guerra Mundial desobedeceu a Salazar e concedeu o visto a mais de 30 mil pessoas, salvando-as da perseguição nazi.   

Até ao próximo ano, com seis aviões contratados (por sistema de leasing/aluguer) e com mais de 40 destinos, dos quais alguns são definidos pela organização como “improváveis”, garante trazer um nível de “flexibilidade” para operadores turísticos que a empresa, segundo informou, considera não existir no mercado português, além de prometer “um conforto” que as pessoas não costumam associar ao conceito charter.

Com bases em Lisboa, Funchal e Paris, a Windavia anuncia uma variedade de voos com destinos como o que liga Lisboa a Telavive, numa aposta no turismo religioso, e outros por rotas que incluem Ilhas Canárias, ilhas gregas ou ainda o Norte de África. A operadora, da qual Pedro Bollinger é director-executivo e accionista com uma fatia de 49% (51% das acções pertencem a um accionista anónimo), tem um investimento inicial de dois milhões de euros e espera um lucro de cinco milhões para 2014.

Nas mãos de Bollinger – filho de alemães, nascido no Brasil e residente em Portugal que começou no call center da TAP e chegou a director comercial de empresas como a SATA ou da brasileira Ampliar –, a empresa confirmou parcerias com operadoras turísticas como as portuguesas GPS Tour, Soltour e Viajar Tours, ou a israelita Flying Carpet, além de outras operadoras inglesas, irlandesas ou francesas.

Os aviões Airbus A320 são alugados pela operadora, segundo o número de clientes, e vêm de várias partes do mundo, sendo que a operá-los estarão equipas da responsabilidade da White. Para celebrar a primeira operação contratada pela GPS Tour entre França (Paris e outros aeroportos) e o aeroporto de Beja, com um voo semanal entre Abril e Outubro de 2014, a empresa decidiu, com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, realizar o seu primeiro voo para o aeroporto de Beja, cenário da cerimónia de apresentação da operadora bem como do baptismo do seu primeiro avião (a realizar pela Força Aérea Portuguesa) com o nome de Sousa Mendes. Na cerimónia, decorrida ao final da manhã, estiveram presentes um dos netos do cônsul homenageado e a embaixadora de Israel, Tzipora Rimon.

Depois deste voo (ida e volta) entre Lisboa e Beja para os 180 convidados (agências de viagens e jornalistas, maioritariamente) a empresa marca o início das operações Paris-Funchal no dia 17, esta prolongar-se-á durante todo o próximo ano, com dois voos semanais para começar mas que poderão chegar a quatro. A partir daí, o operador espera “voar como o vento”, de acordo com o slogan que utiliza.

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