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Miguel Manso

TAP deixa de fretar avião para Bissau

Por Ana Henriques

Voos da TAP entre Lisboa e Bissau só serão retomados quando existirem "garantias" de segurança. Empresa não confirma quantos passageiros há com bilhete comprado para depois de 31 de Janeiro.

A TAP vai desistir no final deste ano de fretar o avião da Senegal Airlines que estava a transportar para Bissau os clientes com bilhetes comprado antes do incidente com os passageiros sírios.

Na sequência do episódio ocorrido a 10 de Dezembro em que foi obrigada, pelas autoridades guineenses, a transportar 74 passageiros sírios com passaportes falsos, a TAP cancelou os voos entre Lisboa e Bissau. Mas como havia pouco mais de mil passageiros com viagens marcadas quando as ligações aéreas foram interrompidas, e dada a altura do ano, a companhia fretou um avião à Senegal Airlines para fazer o percurso entre Dakar e a Guiné. Até ao Senegal os voos têm sido assegurados na mesma pela TAP, sendo aí feito o transbordo para o avião fretado.

"O contrato com a companhia senegalesa termina com a realização do voo que parte de Lisboa na próxima 2ª feira, 30 de Dezembro, regressando na manhã de 3ª, motivo pelo qual a TAP deixa de realizar os voos Lisboa/Dakar/Bissau/Dakar/Lisboa que vinham a ser efectuados", refere um comunicado da transportadora aérea, sem, porém, dizer quantas pessoas tinham bilhete comprado para lá do final do ano.

A TAP limita-se a referir que os passageiros com reservas para depois dessa data "serão contactados oportunamente" pela companhia. A transportadora nunca divulgou até hoje quanto lhe custou fretar o avião à companhia senegalesa em período natalício, embora o seu presidente, Fernando Pinto, tenha admitido que se trata de um "custo pesado" para a empresa.

"A realização, no futuro, de voos da TAP entre Lisboa e Bissau será reavaliada quando existirem garantias que permitam a realização de voos em condições normais de segurança", termina o comunicado da TAP. 

Tal como o PÚBLICO noticiou em meados de Dezembro e concluiu a comissão de inquérito, foi António Suka Ntchama, ministro do Interior, que deu directamente a ordem, por telefone, ao chefe de escala da companhia de aviação nacional para que embarcassem 74 sírios com passaportes falsos. Ntchama colocou o lugar à disposição ainda antes de serem conhecidos os resultados do inquérito.

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